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Conceito de Necessidades Educativas Especiais Sensórias Auditivas
Diz respeito a uma incapacidade de visão significativa ou total que mesmo depois de corrigida, afecta negativamente a realização escolar da criança.
Principais causas
Segundo Nielsen (1999), a literatura apresenta várias explicações etiológicas para os problemas que afectam as estruturas visuais, e consequentemente a visão. Assim, a deficiência visual pode resultar da degeneração do globo ocular ou do nervo óptico, mas também por problemas relacionados com as conexões nervosas que ligam o olho ao cérebro.
Causas congénitas
- Albinismo – provoca igualmente perda de acuidade visual uma vez que a falta de pigmentação do íris permite que demasiada luz atinja a retina;
- Antronfia óptica – deterioração de parte ou de todas as fibras nervosas de nervo óptico;
- Catarata – consiste numa opacidade do cristalino. Perde se progressivamente a acuidade visual a qual pode ser reposta através de intervenção cirúrgica ou de outros processos clínicos.
- Rubéola materna – infecção febril e virótica que pode resultar na deficiência visual, na perda auditiva e em défices mentais, neurológicos quando a mãe sofre o contágio no primeiro trimestre da gestação.
- Sífilis – é uma doença infecciosa que pode causar a paralisia do nervo óculo motor;
Causas adquiridas
- Catarata – pode ser corrigida através de cirurgia com implante de uma lente artificial na parte interna da estrutura capsular do cristalino;
- Traumatismos diversos – causados por acidentes de automóvel, de trabalho ou com a arma de fogo, quedam, perfurações, queimaduras, entre outro;
- Ambliopia ou olho preguiçoso – baixa acuidade visual em decorrência de estrabismo;
- Diabetes – doença metabólica que pode levar a diversas alterações visuais;
- Sarampo – doença aguda virótica com evolução febril que pode levar a cegueira.
Tipos de necessidades educativas especiais visuais
As necessidades educativas especiais visuais podem se classificadas de duas formas (classificação medica e educacional):
a) Classificação médica
Segundo o texto da ACSM (American College of Sports Medicine) (1997) citado por Serra (2006) a deficiência visual médica pode apresentar as seguintes categorias:
- Cegueira por acuidade: significa possuir visão de 20/200 pés ou inferior, com a melhor correcção (uso de óculos). É a habilidade de ver em 20 pés ou 6,096 metros, o que o olho normal vê em 200 pés ou 60,96 metros (ou seja, 1/10 ou menos que a visão normal), onde 1pé = 30,48 cm.
- Cegueira por campo visual: significa ter um campo visual menor do que 10° de visão central – ter uma visão de túnel.
- Cegueira total ou “não percepção de luz”: é a ausência de percepção visual ou a inabilidade de reconhecer uma luz intensa exposta directamente no olho.
Classificação educacional
Pensa-se erradamente, que a cegueira equivale a uma escuridão total. Tal facto não corresponde a verdade. Tanto os olhos como o cérebro estão envolvidos na visão. De acordo com Nielsen (1999:53), existem muitos graus de deficiência visual que classificam-se em:
1- Visão parcial
Um indivíduo que apresenta visão parcial perdeu grande parte da capacidade de visão. Por isso, terá somente a percepção de luminosidade ou de grandes formas.
2- Cegueira legal
Um indivíduo que seja legalmente cego tem uma acuidade visual central de 20/200, ou menor, com correcção no olho em melhores condições, ou tem um campo de visão muito limitado, cerca de 20 graus no ponto máximo de afastamento. Isto significa que mesmo com correcção, não se verifica mais do que 10% de visão normal no olho em melhores condições, sendo o campo de visão nunca superior a 20 graus.
3- Visão fraca
O termo visão fraca designa normalmente uma deficiência normal severa, não estando esta, porém, circunscrita à capacidade de ver à distância. Este termo aplica-se também a todos aqueles que tem dificuldades em ler jornais ou qualquer outro material escrito, mesmo com correcção.
4- Sinais de alerta
Existem certos sinais que o educador deve ter em atenção e de entre eles pode se citar os seguintes:
- Tem normalmente os olhos vermelhos, inflamados ou lacrimejantes;
- Tem as pálpebras inchadas ou com pus nas pestanas;
- Aparenta estrabismo.
Bibliografia
BARRETO, Maria Angela de Champion, BARRETO, Flávia de Champion. Entendendo as deficiência. Educação Inclusiva: Contexto Social e Histórico, Análise das Deficiências e Uso das Tecnologias no Processo de Ensino-Aprendizagem. Érica, 06/2014.
BEYER, H.O. (2009). Aspectos orgânicos, sociais e pedagógicos da Síndrome de Down. Porto Alegre: Mediação.Construindo as trilhas para inclusão. Org. Márcio Gomes. Petrópolis, RJ. Vozes, 2009.
NIELSEN, Lee Brattland. Necessidades Educativas Especiais na Sala de Aula. Um guia para o Professor. Portugal, 3ᵃed. Porto editora, 1999.
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE [OMS]. International Classification of Impairments, Disabilities, and Handicaps (ICIDH), Genebra, 1980.
SERRA, Ana Cristina, et al. Integração de crianças com Necessidades Educativas Especiais no ensino regular, UNE Editora, Porto, 2006.