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Alambamento (Casamento Tradicional): O que é? Origem, vantagens e desvantagens, tipos e importância

Benney Muhacha by Benney Muhacha
Maio 21, 2022
in Uncategorized
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Alambamento (Casamento Tradicional): O que é? Origem, vantagens e desvantagens, tipos e importância

Introdução

A grande maioria da sociedade tradicional angolana, tem como figura principal a mulher. É ela que trabalha a terra para sustento da família e gera os filhos que dão continuidade e poder ao clã. Ou seja eles são uns lambões e elas é que andam na labuta de sol a sol com as crianças às costas. Por este motivo a saída da mulher da casa dos pais para a casa do marido, constitui para aqueles a perda de um precioso elemento de trabalho e, como tal eles merecem ser compensados por tal perda. Na realidade o Alambamento é a cerimónia para marcar a data do Casamento, o pedido à família da noiva. Na altura em que o noivo pretende pedir a mão da noiva em casamento, a família da noiva, geralmente os tios e tias, juntam-se e elaboram a carta do pedido.

Conteúdos

O alambamento

O alambamento é uma cerimónia tradicional na cultura angolana e necessário quando os jovens se amam e pretendem viver juntos. Ele é o segundo passo depois da apresentação do noivo à família da mulher, sendo o momento em que se entrega os dotes exigidos pela família da futura esposa, acompanhado de comida, bebida, música e conselho de ambas as partes dirigidas aos noivos.

Alambamento ou Pedido é um acontecimento muito mais importante do que o casamento civil ou religioso e consiste em pedir a mão da namorada à família, mais propriamente ao tio, que tem um papel fundamental para que o casamento se concretize.

Quando o jovem casal de namorados decide casar, é necessário ter a autorização da família da noiva e isso só é possível se, durante o pedido, toda a gente estiver de acordo em que o casamento se concretize. O jovem casal solicita o dia do pedido, mas a data é marcada pelos tios da noiva, pois é necessário reunir toda a família. É entregue uma lista contendo o que o noivo tem de conseguir reunir até ao dia do pedido.

Depois da marcação do dia do alambamento o noivo parte em busca de todo o material para que no dia não falte nada. O que é que pode constar nessa lista? Primeiro um envelope com dinheiro, à volta de 300, 400, 500 USD, depende do que o tio da noiva estipular. A lista prossegue com a altura da noiva em grades de cerveja, a altura da noiva em paletes de sumo ou colas, 1 cabrito, um fio de ouro, um fato, sapatos e panos tradicionais para a mãe.

Quando chega o dia, a família do noivo (Pai, Mãe, Tio, Tia, Irmãos) vai a casa da noiva e o tio da mesma, como se de um juiz se tratasse, apresenta todos e informa de que se vai dar início ao pedido de casamento. Os pais da noiva convidam os pais do noivo a entrar e o tio dá início à leitura do pedido apresentado pelo noivo. Se o pai da noiva concordar com o pedido, o noivo terá de ir buscar o alambamento, ou seja, aquela lista de coisas que reuniu. O alambamento é apresentado e se tudo for cumprido é feita uma reunião para acertar a data do casamento e outros detalhes de natureza logística. Posto isto tudo, canta-se e dança-se (não é por acaso que aparecem as grades de cerveja e de coca-colas na lista). A partir deste dia, se tudo correr bem, o casal de namorados passam a ser marido e mulher.

Há casos em que o noivo é colocado diante de três mulheres totalmente forradas de panos para descobrir quem é a sua mulher, se errar vai pagando valores monetários ate que acerte.

O alambamento não é mais do que o pagamento da mão da noiva. O papel dos tios é tanto ou mais importante do que o dos pais, pois os tios são também responsáveis pela educação da noiva.

Angola: o alambamento e os rituais do casamento

Em Angola, o alambamento ou pedido (da mão da noiva) é ainda uma tradição cultural bastante forte e segundo consta, mais importante do que o casamento civil ou religioso. O alambamento consiste numa série de rituais, como por exemplo a entrega de uma carta com o pedido da mão da noiva, ofertas em bens e por vezes até mesmo dinheiro.

Como a tradição já não é o que era e apesar do alambamento ser ainda uma forte característica da cultura Angolana, a verdade é que este hábito vai caindo em desuso.

Nkama Longo (Alambamento)

Para muitos, mesmo jovens descedentes bakongos, acham estranho, quando são obrigados pelos pais,o respeito da tradição, antes de fundar uma família.

Com a evolução das mentalidades, a observação de rituais para NKAMA LONGO, tornou-se absoleta mesmo inútil. Como na maioria dos casos, são os noivados que possuem o orçamento (ao contrário da sociedade antiga), para suportar a cerimónia matrimonial, estes ditam a sua vontade, e preferem muitas vezes ignorar as etapas propostas pelos familiares até chegar ao casamento propriamente dito, casam-se directamente. Para muitos bakongos radicais, o não respeito da tradição significa a perda da identidade, neste caso, boicotam a cerimónia. Isto tem originado conflitos da geração, em que muitas vezes os recêm-casados são amaldiçoados que nos tempos a seguir, o casal vai observar uma sucessão de infelicidades que pode terminar num divórcio prematuro. O que é triste.

Antigamente são os parentes que procuravam os futuros cônjugues para os seus filhos, obrigavam ou sugeriam aos seus filhos a aceitar as propostas. Neste caso os noivos não tinha nada que dizer, porque são os pais que possuiam e organizavam tudo. Mesmo a situação económica nos primeiros dias do casal, dependia dos fundos e presentes angariados no casamento. Era impossível a não observar ritual preparatório até chegar à cerimónia central, quer dizer a entrega do dote (Nkama Longo) da família do noivo a da noiva. Não esquecemos o último ritual, que há muito, não se pratica mais. O rito consistia a provar a virgindade da noiva, o primeiro dia do acto sexual, a tia paterna do noivo, vai estender um lençol branco no leito nupcial e vai assistir discretamente. Terminando o acto sexual, a referida tia é autorizada a entrar no quarto e tirar o tecido branco da cama e vai observar atentivamente e se haver as manchas de sangue, isto era a prova suficiente que a noiva era virgem. Assim estava consumida oficialmente a união. Caso o contrário, anulava-se o casamento.

Alambamento hoje em dia, cultura ou extorsão e oportunismo

Até pouco depois dos anos 80, o pedido ou alambamento consistia apenas em pedir a mão da namorada à família, mais propriamente ao tio, que tem um papel fundamental para que o casamento de concretize. Pedia-se geralmente uma muda de pano para a mãe ou tia da rapariga, um garrafão de vinho para os pais e os tios e alguns valores na carta do pedido. Nos dias de hoje, o alambamento é uma “fortuna”. Algumas famílias exigem ao noivo valores exorbitantes.

O alambamento é um ritual praticado em dois terços dos países africanos e alguns asiáticos, em que na maior parte dos países, é mais importante que o casamento civil ou religioso.

E como se formou a palavra alambamento entre os angolanos

Alambamento é um neologismo que os angolanos criaram para preencher a lacuna verificada na língua portuguesa para designar ovilombo (pedido de casamento) em umbundu; ovilombo vem do verbo umbundu okulomba (pedir).   Há quem refira ainda que alambamento vem da palavra umbundu okulemba (alegrar para consolar), por isso alguns pronunciam alembamento em vez de alambamento, porque a retirada da filha para o seu novo lar pode causar alguma tristeza aos pais, e há que consolá-los (com um presente) _ explicam assim, alguns filólogos a etimologia da palavra alambamento.

Mas, acima de tudo, o alambamento é visto pelos africanos como um prémio à noiva pelo seu bom comportamento pessoal e pelo de seus pais que a criaram, porque não é muito fácil educar uma filha em virtudes, dadas as muitas tentações na vida que a espreitam. O bom comportamento dela pressupõe o bom comportamento dos seus pais, pelo que todos devem ser premiados: a filha e os seus pais! Esse prémio é que é o alambamento!

Como acontece o alambamento

Quando o jovem casal de namorados decide casar, é necessário ter a autorização da família da noiva e isso só é possível se, durante o pedido, toda a gente estiver de acordo em que o casamento se concretize. O jovem casal solicita o dia do pedido, mas a data é marcada pelos tios da noiva, pois é necessário reunir toda a família. É entregue uma lista contendo o que o noivo tem de conseguir reunir até ao dia do pedido.

Depois da marcação do dia do alambamento o noivo parte em busca de todo o material para que no dia não falte nada.

Quando chega o dia, a família do noivo vai a casa da noiva e o tio da mesma, como se de um juiz se tratasse, apresenta todos e informa de que se vai dar início ao pedido de casamento. O tio dá início à leitura do pedido apresentado pelo noivo. Se o pai da noiva concordar com o pedido, o noivo terá de ir buscar o alambamento, ou seja, aquela lista de coisas que reuniu. O alambamento é apresentado e se tudo for cumprido é feita uma reunião para acertar a data do casamento e outros detalhes de natureza logística. Posto isto tudo, canta-se e dança-se. A partir deste dia, se tudo correr bem, o casal de namorados passam a ser marido e mulher.

Há casos em que o noivo é colocado diante de três mulheres totalmente forradas de panos para descobrir quem é a sua mulher, se errar vai pagando valor monetários ate que acerte.

O alambamento não é mais do que o pagamento da mão da noiva. O papel dos tios é tanto ou mais importante do que o dos pais, pois os tios são também responsáveis pela educação da noiva.

Actualmente esta tradição está em declínio, mas ainda há famílias conservadoras que fazem cumprir a tradição e não cedem a mão da filha sem que seja tudo cumprido à risca. Há também aquelas que se aproveitam do ritual para tirar vantagem e fazer exigências imperceptíveis pela mão de sua filha. Há cartas de pedidos que exigem gerador, pacote de parabólica televisiva, terrenos com medidas exactas, motas e outros itens absurdos que fazem do ritual um vandalismo.

A nossa tradição é a nossa identidade. É ela que nos define, por isso deve ser cumprida inquestionavelmente e passada de geração em geração. Só não vale usar este facto como argumento para fazer exigências exorbitantes e no fim de tudo o ritual perder o seu real significado e valor.

Alambamento em Luanda

Na província de Luanda o pedido depende exclusivamente da rapariga. Para a composição da lista ela também participa na discussão da família. Francisca Pinha tem 69 anos, é natural de Luanda e contou ao Jornal de Angola, que a tradição de Luanda é mais simples do que nas outras províncias.

Francisca Pinha conta que antigamente apesar do pedido ser um acto de valorização da mulher, muitas famílias acabavam por rejeitar o acto. “Havia homens que desrespeitavam e batiam na mulher. E quando a mulher reivindicava ele obrigava os pais da moça a devolver as coisas”, disse.

Esta situação fez com que muitas famílias deixassem de realizar o acto de pedido com bens: “na minha família durante muito tempo nós não realizávamos pedido devido a estes abusos”, explicou.

Na tradição de Luanda, ao homem são exigidos três pares de panos, dez grades de cerveja e gasosa, um garrafão de vinho, um fato para o pai da moça, um par de sapatos, uma camisa branca com gravata, whisky, amarula, aguardente, martini, chinelas ou sandálias para a mãe, dois lenços, o anel de noivado e um dote no valor de 500 dólares.

O alambamento na atualidade

Em Angola o casamento é celebrado de três maneiras: o tradicional (alambamento), o religioso e o civil. O alembamento pode ser entendido como uma forma tradicional de união conjugal existente nalgumas regiões de África, principalmente entre os povos Bantu. Este refere-se a um conjunto de preparativos e entregas que a família do noivo faz à da noiva, com o intento de legalizar o casamento e estabelecer novos laços de parentesco (também chamados laços de afinidade ou aliança). Consiste na entrega de certas quantias em dinheiro, roupas, calçados, bebidas, animais e determinados objectos.

Conclusão

Conclui-se que o alambamento não é mais do que o pagamento da mão da noiva. O papel dos tios é tanto ou mais importante do que o dos pais…pois os tios são também responsáveis pela criação da noiva. Actualmente esta tradição está em declínio, mas as famílias mais conservadoras não cedem a mão da filha sem que seja tudo cumprido à risca. Depois da dança, as mulheres deixam tudo no chão e voltam para os seus lugares. Item por item é apresentado aos convidados e os pais vão checando tudo a partir de uma lista. Quando esta parte acaba os líderes das famílias fazem um pequeno discurso e depois é servido o almoço. Não há fila para se comer e é difícil alcançar a comida. O dj coloca o ritmo em alto som e as pessoas dançam a união do casal.

Mas o ritual, não fica por aqui. Já depois do casamento, e em caso de divórcio forçado e com as culpas para a noiva, ela terá de devolver as ofertas constantes na carta, completas ou parciais caso existam filhos. Se as culpas pertencerem integralmente ao rapaz ou à sua família, a exigência da restituição do dote torna-se impossível.

Só para perceberem a importância que este ritual tem na sociedade angolana, uma das marcas mais famosas de vinho em Angola está a usar o ritual do Alambamento num filme publicitário. Vai ser um sucesso de vendas, só pode.

Bibliografia

CARLA ONOFRE: Angola: O Alambamento e os Rituais do Casamento. Angola, 2010.

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Benney Muhacha

Benney Muhacha

Mestrando Gestão de Projetos, Licenciado em História e Bacharel em Administração. Jovem moçambicano apaixonado pelas TICs, é CEO e editor de conteúdo dos blogs: Sópra-Educação, Sópra-Vibes, Sópra-Vagas e Sópra-Educação.com/exames

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