A ficha de leitura é um resumo das ideias de um autor contidas num livro ou num artigo, tendo como objectivo preparar um trabalho de maior fôlego onde pretendemos conciliar a informação proveniente de várias fichas de leitura com as nossas conclusões em ordem a produzir um trabalho sistemático e original.
É importante distinguir entre dois tipos de ficha de leitura, a ficha com a qual se pretende resumir as principais ideias do texto, tendo como objectivo evitar a necessidade de lá voltar, permitindo a sua utilização em vários trabalhos distintos, da ficha, também designada por nota de leitura, em ordem a distinguir da anterior, com a qual apenas pretendemos reter as ideias do autor que são pertinentes para o trabalho que estamos a realizar. É em relação a este último caso que se dirige este documento. Esta definição obriga a que se tenha em consideração os seguintes aspectos: a ficha de leitura é um momento de um movimento mais alargado, constituído pela leitura sucessiva de conjuntos de textos, em que cada conjunto ajuda a aperfeiçoar os nossos objectivos e estes determinam o novo conjunto a ler
Princípios a seguir para a elaboração de uma ficha de leitura
Bem, a primeira questão é que não há uma regra específica para a elaboração de uma ficha de leitura. O que é importante é que uma ficha de leitura tenha itens que possam lhe ajudar a reunir sinteticamente todas as informações que são necessárias para realizar duma pesquisa, sem que tenha que retornar todas as vezes às obras consultadas.
As informações precisam ser sólidas e verificadas para evitar uma compreensão equivocada da obra que você consultou.
Em segundo lugar, é necessária referência correta da obra consultada, de acordo com a norma técnica da de Normas Publicação de trabalhos científicos (NPTC). Uma orientação a esse respeito você encontra em outro texto instrucional. Em segundo lugar, é importante que a ficha sempre tenha informações sobre a pessoa autora da obra. Isso porque é importante conhecer brevemente a pessoa que escreveu ou produziu o material, o contexto (social, econômico, político, cultural, religioso, ideológico, epistemológico, etc.) do qual ela fala ou escreve, bem como o contexto da produção do texto
Em terceiro lugar, é importante apresentar a estrutura da obra fichada, sobretudo, se se trata de um capítulo de um livro da pessoa autora, ao invés da obra toda dela. Pode descrever tanto a estrutura do texto em si, como uma espécie de mapa visual, quanto do livro como um todo. Pode ser tanto a divisão de tópicos que já estão no texto, quando uma descrição breve da linha de raciocínio contida no texto, na forma de tópicos, para auxiliar a memória visual e a recuperar rapidamente, em caso de revisitação ao fichamento,
Em quarto lugar está a síntese em si. Aqui é importante que você busque apresentar as ideias do texto com suas “próprias palavras”, apresentando oportunamente citações diretas para endossar o texto a ser descrito. Em outras palavras, aqui apresenta-se as ideias, os argumentos, os conceitos que a pessoa autora está utilizando, explicando a linha de raciocínio de seu pensamento.
Em quinto lugar, é manter de um modo especifico as citações presentes no texto original. Normalmente, há a tendência de sublinharmos e riscarmos nossos próprios livros ou cópias do material que estamos estudando. No entanto, como normalmente não temos condições de adquirir tudo ou mesmo de fotocopiar tudo, precisamos recorrer à descrição apurada dessas citações.
Em sexto lugar, está a avaliação crítica. Avaliar criticamente não significa ser “do contra”, mas sim se posicionar diante da leitura.
Bibliografia
- QUIVY, Raymond e Campenhoudt, Luc Van – Manual de investigação em ciências sociais; Lisboa, Gradiva, 1992.
- REBLIN Iuri Andréas; Material Instrucional Faculdades EST, NEAD-EST ;Dezembro de 2017
- UP, Normas de publicação de publicação de trabalhos científicos, 2009