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Fundamentação teórica
Segundo CUNNINGHAM (2004), digestão é o conjunto de transformação física e químicas.
Etapas do funcionamento do sistema digestivo
Ingestão, digestão, absorção e excreção.
Ingestão Consiste na aquisição de alimentos para a boca.
Absorção: é o processo pelo qual os nutrientes, resultantes da simplificação molecular dos alimentos durante a digestão, passam para o meio interno, através das paredes do sistema digestivo
Digestão
Para GUYTON (2008), digestão é a quebra enzimática de moléculas de alimento; a digestão é necessária para que a maioria dos alimentos seja absorvida.
Tipos de digestão
- Digestão intracelular
- Digestão extracelular
Digestão intracelular
A digestão intracelular é feita com partículas pequenas através de membranas plasmática de organismos unicelulares, porque não possuem um sistema digestivo.
Digestão extracelular
A digestão extracelular ocorre fora da célula dos diversos seres heterotróficos, em sistemas digestivos, geralmente bem desenvolvido, que permitem a ingestão de grandes pedaços de alimento e a acção das enzimas sobre eles ao longo do trato digestivo que pode ser formado por uma abertura.
Fases da digestão
Segundo BERNE & LEWY (2004), são fases de digestão: mecânica e enzimática.
Digestão mecânica
A digestão mecânica, proporcionada pela mastigação e pelos movimentos musculares de quebra, pode triturar o alimento, mas não separar ligações entre moléculas.
Digestão enzimática
A digestão enzimática de compostos alimentares complexos em moléculas simples envolve a adição de água, denominada hidrólise.
Fatores que influência na digestão enzimática
PH
Cada enzima tem o seu pH óptimo para o seu funcionamento. Por este motivo, o pH varia ao longo do tubo digestivo.
Temperatuta
A velocidade das reacções enzimáticas depende dela é tanto que a temperatura acima de 50°C, uma grande parte da acção enzimática é inactivada.
Digestao nos peixes
O sistema digestório dos peixes é constituído de boca, faringe, esôfago, estômago e intestino, além de glândulas anexas, como o fígado e o pâncreas
O sistema digestório dos peixes é constituído de boca, faringe, esôfago, estômago e intestino, além de glândulas anexas, como o fígado e o pâncreas.
A boca desses organismos possui a função de apreensão da presa, pois a posição, formato e tamanho indicam o hábito alimentar de peixe
O esófago dos peixes em geral são órgãos geralmente curtos, variando em relação ao comprimento do corpo e posição do estômago do organismo, apresenta forma tubular e auxilia na passagem dos alimentos ao estômago
O estômago é um órgão responsável pelo armazenamento dos itens alimentares que compõe a dieta dos peixes. Quando se trata de uma espécie carnívora é possível identificar este órgão com uma musculatura mais desenvolvidas, cuja finalidade é digerir os alimentos ingeridos
Peixe piranha vermelha
Anatomia do trato digestivo da piranha vermelha, a) esôfago, b) estômago ascendente, c) estômago descendente, d) cecos pilóricos, e) intestino.
Boca
A piranha vermelha apresenta uma boca terminal com abertura relativamente grande, lábios pouco desenvolvidos, possuem duas fileiras de dentes do tipo caniniformes bem retratados com média de dez dentes tanto na mandíbula superior quanto na inferior.
Brânquias
Este tipo de peixe possui cinco brânquias dispostas em cada lado e protegidos pelos opérculos, as brânquias são constituídas por arco, filamentos e rastros braquiais. Os arcos branquiais são estruturas ósseas que moldam as brânquias, os filamentos são estruturas moles que auxilia a respiração dos animais e os rastros são estruturas rígidas que possui a função de retenção dos alimentos ingeridos, para a piranha vermelha este apresentam-se levemente distantes um dos outros. A partir dessas observações é possível destacar que o hábito alimentar da espécie é carnívoro.
Esófago
A piranha vermelha apresenta um esófago curto em forma tubular e bem desenvolvido muscularmente, responsável pelo transporte dos alimentos da boca para o estômago.
Zavala-Camin (1996) é o responsável pela descrição do esófago dos peixes carnívoros, cujas características descritas são semelhantes aos das piranhas vermelhas.
Estômago
O estômago da piranha vermelha demostra uma forma de “J”, capaz de armazenar uma quantidade significativa de alimento e é bem desenvolvido muscularmente para o processo de digestão dos alimentos ingeridos.
Zavala-Camin (1996) e Silva; Santos; Leão (1999) constatam propriedades similares para peixes carnívoros.
Cecos pilóricos
A piranha vermelha dispõe de 16 cecos pilóricos com funcionalidade de melhor absorção dos nutrientes advindos da alimentação.
Harder (1975) descreve caracteres similares para a os peixes carnívoros, esta informação corrobora com a de Fink (1993) que destaca semelhança para as piranhas capturadas no rio São Francisco, nordeste do Brasil.
Intestino
A piranha vermelha é uma espécie que apresenta um intestino relativamente curto, isso acontece pela espécie apresentar um estômago grande e musculoso para digestão dos itens alimentares. Zavala-Camin (1996) indicam que os carnívoros não necessitam de um intestino longo, pois este órgão é utilizado para a absorção dos nutrientes. Peretti (2006) relatou similaridade para as piranhas estudadas no sul do país.
Referencias Bibliográficas
1.BERNE, R. M., LEWY, M. N. Fisiologia. 5ª Edição, Elsevier Editora, Rio de janeiro, 2004.
2.CUNNINGHAM, J. G.. Tratado de Fisiologia Veterinária. 3ª Edição, Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 2004.
3.FINK, W. L. Revision of the Piranha Genus Pygocentrus (Teleostei, Characiformes). Copeia., 1993.
4.GUYTON, Artur C., Fisiologia Humana. 6ª Edição. Editora Guanabara. Koogan. RJ, 2008.
5.HARDER, W. Anatomy of fishes. Stuttgart: E. Schw. Verl. 197.
6.PERETTI, D. Alimentação e análise morfológica de quatro espécies de peixes (Astyanax altiparanae, Parauchenipterus galeatus, Serrasalmus marginatus e Hoplias aff. malabaricus) na Planície de inundação do alto rio Paraná, Brasil. Dissertação (Mestrado em Ecologia de Ambientes Aquáticos Continentais), Universidade Estadual de Maringá – UEM, 62f, Maringá–PR, 2006.
7.SILVA, J. C.; SANTOS, G. M.; LEÃO, E. L. M. Dieta da piranha Pristobrycon serrulatus (Valenciennes, 1849) no arquipélago das anavilhanas, Rio Negro, AM, em função da variação sazonal e ontogênica. VIII Jornada de Iniciação Científica do INPA, Manaus–AM, 1999.
8.ZAVALA-CAMIN, L. A. Introdução aos estudos sobre alimentação natural em peixes. Maringá: EDUEM/Nupelia, 1996.