Os rins são metanéfricos, não apresentam a pelve nem a pirâmide renal. E as alças de Henle também estão ausentes, o que consequentemente promove aos répteis a incapacidade de concentrar a urina além de seus valores osmóticos do plasma sanguíneo. Assim o néfron reptiliano consiste em um glomérulo, um longo e espesso túbulo contornado proximal, um curto e fino segmento intermediário e um curto túbulo distal
Nas serpentes machos e lagartos o segmento terminal dos rins encontra-se modificado em um segmento sexual o qual está sob o controle de andrógenos. Acredita-se que esse segmento sexual contribua com secreções para o fluido seminal, mas sua exacta função ainda é desconhecida
Apenas quelônios e alguns lagartos possuem uma bexiga urinária a qual está conectada à cloaca por uma curta uretra. Assim o fluxo de urina corre dos ureteres até a face dorsolateral do urodeu na cloaca e segue até a bexiga. Nas espécies em que não se observa esta bexiga o refluxo de urina ocorre da cloaca até o cólon distal, onde se dá a absorção de água. A bexiga urinária é geralmente um reservatório de líquido nos jabutis e por ser permeável osmoticamente, uma grande quantidade de água pode ser reabsorvida em tempos de seca. Já as tartarugas marinhas utilizam suas bexigas no auxílio à reabsorção de sódio e como auxiliar na flutuação
Os répteis aquáticos excretam amônia e uréia e uma parte pequena de ácido úrico, tendo em vista que a perda de água não é algo crítico. Em contrapartida as espécies terrestres, como necessitam conservar a água, excretam ácido úrico, o qual se precipita em forma de solução na bexiga ou na cloaca para se tornar um urato pastoso esbranquiçado. Estes uratos são ou sais de potássio ou sais de sódio dependendo se eles são produzidos por espécies herbívoras ou carnívoras, respectivamente.
A vantagem do ácido úrico é a de que, sendo insolúvel, pode ser excretado com uma mínima perda de água, tendo em vista que não é filtrado. A desvantagem, entretanto é que diferente dos mamíferos os répteis excretam o ácido úrico através de seus túbulos renais, assim em casos de desidratação não há cessamento da excreção de ácido úrico
A cloaca, o cólon e a bexiga urinária além de serem locais onde ocorre a reabsorção de água, atuam também como importantes papéis na modificação da urina produzida pelos rins. Ocorrendo um transporte activo de íons e uma absorção passiva de água através da parede do cólon, e uma absorção activa do sódio com uma secreção de potássio e de uratos na bexiga
O cólon termina em uma bolsa denominada de cloaca a qual consiste em três câmaras: o coprodeu, o urodeu e o proctodeu, que estão parcialmente separadas por dobras transversais da mucosa. O coprodeu é a câmara mais cranial e coleta as fezes. O urodeu é a câmara intermediária aonde os ureteres e o sistema reprodutivo desembocam, e também onde é encontrado os órgãos reprodutivos masculinos dos quelônios e crocodilianos. E a última e mais caudal câmara, o proctodeu, é onde todos os resíduos são estocados antes de serem excretados pelo vento. Salienta-se que nas espécies desérticas a cloaca também atua como uma parte importante na conservação da água
Sistema excretor das serpentes
A excreção é realizada graças a presença de um par de rins, estes produzem urina que é conduzida através dos uréteres até a cloaca onde será eliminada.
A maioria dos répteis excreta principalmente ácidos úricos ao invés das substâncias solúveis amônia e uréia. Este fato previne que os produtos residuais que estão no interior do impermeável ovo se tornem tóxicos para o embrião em desenvolvimento. As excretas são filtradas directamente no sangue pelos rins e como os repteis evitam qualquer perda de água, eles excretam o acido úrico que é caracterizada por conter pouca água através da cloaca.
Referências bibliográficas
Colville, T. & Bassert, J.M. (2010).Anatomia e Fisiologia Clínica para Medicina Veterinária. 2 Ed. Editora Elsevier Saunders, Rio de Janeiro.
Devoe, R. Anatomia e Fisiologia de Anfíbios e Répteis.
O’malley, B. (, 2005). Clinical Anatomy and Physiology of Exotic Species. Editora Elsevier Saunders, London, p.17-93.
Mader, D.R. (2006). Reptile Medicine and Surgery. 2 Ed. Editora Elsevier Saunders, Londres, 1264p.
Pachaly, J. R.( 2002). Medicina de Animais Selvagens. Apostila, Umuarama.