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Bilogia Educacional
O início do estudo da biologia se deu a partir da primeira classificação dos animais feitos pelo grego Aristóteles, que conseguiu catalogar cerca de 500 espécies em estilo moderno. No século XIV, em 1316, o professor da escola de medicina de Bolonha, o italiano Mondino de Luzzi, publicou o primeiro livro conhecido como a anatomia humana. Cerca de três séculos após a publicação, surgiu à teoria da Evolução, elaborada pelos biólogos ingleses: Charles Robert Darwin e Alfred Russel Wallace
Segundo eles, os organismos das plantas e dos animais estão sempre em processo de mudança. Mas, uma das maiores descobertas foi feita somente no século XX, em 1944, quando o bacteriologista norte-americano Oswald Theodore Avery, descobriu que o DNA (ácido desoxirribonucléico) era a matéria-prima da qual são feitos os genes, ou seja, é a partir desta molécula que fica escrito o código genético. A partir de então, os cientistas (biólogos) conseguiram desvendar alguns enigmas a respeito da ciência.
Portanto desde 1931 a Biologia Educacional faz parte do currículo das escolas normais como disciplina. Atualmente, a Biologia Educacional faz parte também do currículo do curso de graduação em pedagogia.
Conceito de Biologia Educacional
A Biologia Educacional é uma disciplina que trata sobre os fatores biológicos que podem interferir na Educação, como a hereditariedade e a genética, e tem como objetivo servir de base para o professor entender como se dá o desenvolvimento físico, motor e mental da criança, auxiliando em seu papel didático
A biologia é o estudo dos seres vivos (do grego βιος – bios = vida e λογος – logos = estudo). Debruça-se sobre as características e o comportamento dos organismos, a origem de espécies e indivíduos, e a forma como estes interagem uns com os outros e com o seu ambiente.
Objetivo de Biologia Educacional
A disciplina trata dos fatores biológicos que podem interferir na Educação, como a hereditariedade e a genética, e seus desdobramentos com conseqüências observáveis no período escolar. É o caso principalmente dos alunos com necessidades especiais causadas por motivos hereditários ou por erros genéticos
A Biologia Educacional tem também como objetivo, servir de base para o professor entender como se dá o desenvolvimento físico, motor e mental da criança, para fazer das diversas fases do desenvolvimento, aliadas para sua atuação. A disciplina, portanto, complementa e é complementada pelo estudo da Psicologia Educacional.
Trata também de assuntos como à higiene do aluno e do ambiente escolar, e da identificação e prevenção de doenças típicas dos primeiros anos da criança, como o sarampo, a caxumba, a catapora, pediculose e as doenças causadas pelos vermes.
Importância de Biologia educacional
É importante a educação na vida das pessoas, pois quanto maior seu conhecimento maior sua capacidade de relacionar-se com o mundo. Em face de vivermos num mundo comandado pela ciência e pela tecnologia, os conhecimentos científicos se tornam indispensáveis para que essa relação aconteça. Hoje o campo da biologia tem destaque entre as ciências de ponta e marca profundamente os avanços científicos desde o século passado. Neste sentido, o ensino de biologia tem relevância inconteste para a vida de todo cidadão, e, as escolas têm a missão de levar esse conhecimento a todos. Assim, pesquisadores como Krasilchik entendem que o ensino de biologia tem, entre outras funções, a de contribuir para que: Cada indivíduo seja capaz de compreender e aprofundar explicações atualizadas de processos e de conceitos biológicos, a importâncias da ciência e da tecnologia na vida moderna, enfim o interesse pelo mundo dos seres vivos. Esses conhecimentos devem contribuir, também, para que o cidadão seja capaz de usar o que aprendeu ao tomar decisões de interesse individual e coletivo, no contexto de um quadro ético de responsabilidade e respeito que leva em conta o papel do homem na biosfera
A finalidade do ensino de biologia prevista nos currículos escolares é de desenvolver a capacidade de pensar lógica e criticamente. Esse ideal dificilmente é alcançado uma vez que, na prática de sala de aula, a realidade que temos é de um ensino diretivo, autoritário, em que toda a iniciativa e oportunidade de discussão dos alunos são coibidas, ou seja, transmitem-se apenas conhecimentos.
A função social do ensino da biologia deve contribuir no cotidiano para ampliar o entendimento que o indivíduo tem da sua própria organização biológica, do lugar que ocupa na natureza e na sociedade, e na possibilidade de interferir na dinamicidade dos mesmos, através de uma ação mais coletiva, visando a melhoria da qualidade de vida A educação biológica, e, portanto o ensino de ciências, pode contribuir para a construção do mundo que queremos, ou seja, o ato de educar implica uma visão de mundo e por conseqüência nosso modo de atuar nele, assim como de interferir no modo como as pessoas interagem e se relacionam com ele. Assim, a escola deve e pode ser o lugar onde, de maneira mais sistemática e orientada, aprendamos a ler o mundo e a interagir com ele.
Psicologia Educacional
Historial
Para Barros (2010) o campo da psicologia educacional surgiu a partir de três grandes estudiosos e pioneiros da psicologia no final do século IX. São eles: Willian James, John Dewey e Edward Lee Thorndike.
- William James logo após lançar o primeiro livro- texto de psicologia, Principles of Psychology (1980), Wlliam James (1842-1910) proferiu uma série de palestras intituladas “ Talks to Teacher” em que discutia as aplicações da psicologia da educação de crianças;
- John Dewey (1859 – 1952) uma segunda figura principal no desenvolvimento do campo da psicologia educacional, que se tornou uma força motriz na aplicação prática da psicologia. Dewey estabeleceu o primeiro e mais importante laboratório de psicologia educacional nos Estados Unidos, na Universidade de Chicago, em 1894. Posteriormente na Universidade de Columbia, continuou o seu trabalho inovador. Muitas ideias importantes se devem a John Dewey;
- L. Thorndike (1874- 1949) um terceiro pioneiro que enfocou a avaliação e a medição e promoveu os princípios básicos científicos da aprendizagem. Thorndike argumentou que uma das tarefas mais importantes da escola é a de afiar as habilidades de raciocínio das crianças, e ele se distinguiu ao fazer estudos científicos precisos de ensino e aprendizagem (Beatty, 1998). Thorndike promoveu especialmente a ideia de que a psicologia educacional deve ter uma base científica e deve enfocar fortemente a medição 2.2.2.
Conceito de psicologia educacional
Segundo Barros (2010) a psicologia educacional é um ramo da psicologia cujo objeto de estudo são as formas sob as quais decorre a aprendizagem humana nos estabelecimentos de ensino (escolas). Desta forma, a psicologia educacional estuda a forma como aprendem os estudantes e de que forma se desenvolvem.
Objetivo de psicologia educacional
Segundo Barros (2010) Psicologia Educacional é um ramo da Psicologia voltado ao processo de ensino-aprendizagem. Tem o objetivo de melhorar esse mecanismo, tanto do ponto de vista da instituição como do aluno. O trabalho envolve estratégias educacionais, observando o funcionamento da instituição educativa como um todo.
De forma simples, a Psicologia Educacional, também conhecida como Psicologia da Educação, corresponde aos ramos da Psicologia que buscam se aprofundar no processo de aprendizado e ensino. Além disso, possui diversas vertentes.
Por outro lado, também é importante saber quais as atribuições do psicólogo escolar e a necessidade de se contar com esse profissional no momento certo. Portanto, estudar a Psicologia Educacional é entender, de certa forma, como é o processo e o ensino de aprendizagem de uma outra perspectiva. Isso abrange desde os mecanismos de aprendizado, que são relacionados à Psicologia do Desenvolvimento, até a eficiência das táticas e estratégias educacionais. Do mesmo modo, o estudo que contempla a escola como uma organização, que é a Psicologia Social
Importância da Psicologia Educacional
Sendo assim, a Psicologia Educacional é uma agente fundamental para oferecer o desenvolvimento dos estudantes, professores e demais pessoas envolvidas no contexto escolar. Desse modo, as competências do psicólogo irão ao encontro da prevenção. Além disso, a preocupação com a promoção do bem estar e da excelência acadêmica (Veiga, 2013).
Portanto, a Psicologia Educacional nas escolas é fundamental para orientar os estudantes e professores sobre os temas com maior relevância para o cenário da atualidade. São tratados assuntos como bullying, uso de drogas e relacionamento familiar. Além disso, a Psicologia Educacional desempenha papel importante na percepção das necessidades especiais no aprendizado. Assim, contribui para a melhora no rendimento escolar
Constantemente, a Psicologia Educacional tem a capacidade de realizar a melhora de seu aprendizado. Assim, o psicólogo terá a capacidade de promover uma boa adaptação e potencializar o sucesso dos estudantes, juntamente com suas habilidades socioemocionais. Estas são competências direcionadas para o melhor controle das próprias emoções. Nesse caso, a Psicologia Educacional permite que os estudantes aprendam a administrar suas emoções em momentos de pressão, perdas e fracasso, bem como reconhecer suas forças e fraquezas, sempre sabendo lidar com situações de estresse e ansiedade.
As diferentes perspetivas da Psicologia Educacional
Para Barros (2010) assim como em outras áreas da psicologia, os pesquisadores da Psicologia Educacional costumam assumir diferentes pontos de vista ao considerar um problema. Essas perspectivas se concentram em fatores específicos que normalmente influenciam como uma pessoa aprende. Isso inclui comportamentos aprendidos, condição, experiências e muito mais.
- Perspectiva comportamental:essa visão sugere que todos os comportamentos são aprendidos por meio do condicionamento. Os psicólogos que adotam essa visão confiam fortemente nos princípios do condicionamento operante para explicar como o aprendizado acontece;
- Perspectiva do desenvolvimento:desse ponto de vista, a concentração está em como as crianças adquirem novas habilidades e conhecimentos à medida que se desenvolvem. Os famosos estágios de desenvolvimento cognitivo de Jean Piaget são um exemplo da importante teoria do desenvolvimento escolar que analisa como as crianças crescem de forma intelectual;
- Abordagem construtivista:é uma das teorias de aprendizagem mais atuais. Essa perspectiva se concentra em como construímos ativamente nosso conhecimento do mundo. Essa forma de visão tende a ser mais responsável pelas influências sociais e culturais que afetam o mundo como o compreendemos. Aqueles que usam essa metodologia acreditam que o que uma pessoa já sabe é a maior influência em como ela aprenderá novas informações. Isso significa que o novo conhecimento só poderá ser interpretado e entendido em termos do conhecimento existente.
Sociologia Educacional
Historial
Em cada aluno há dois seres inseparáveis, porém distintos. Um deles seria o que o sociólogo francês Émile Durkheim (1858-1917) chamou de individual. Tal porção do sujeito – o jovem bruto -, segundo ele, é formada pelos estados mentais de cada pessoa. O desenvolvimento dessa metade do homem foi a principal função da educação até o século 19. Principalmente por meio da psicologia, entendida então como a ciência do indivíduo, os professores tentavam construir nos estudantes os valores e a moral. A caracterização do segundo ser foi o que deu projeção a Durkheim
Nessa concepção durkheimiana – também chamada de funcionalista -, as consciências individuais são formadas pela sociedade. Ela é oposta ao idealismo, de acordo com o qual a sociedade é moldada pelo “espírito” ou pela consciência humana. “A construção do ser social, feita em boa parte pela educação, é a assimilação pelo indivíduo de uma série de normas e princípios – sejam morais, religiosos, éticos ou de comportamento – que baliza a conduta do indivíduo num grupo. O homem, mais do que formador da sociedade, é um produto dela”, escreveu Durkheim.
Conceito de Sociologia Educacional
Para Durkheim (2001) a Sociologia da Educação é a parte da ciência que estuda os processos sociais de ensino e de aprendizagem, ou seja, é a área que explora todos os processos que ocorrem dentro do ensino, desde as relações estruturadas até o papel da escola dentro da sociedade.
Objetivo de estudo de sociologia Educacional
Na ideia Durkheim (2001) tem como principal objetivo a compreensão e o estudo da sociedade, com cerne na educação como uma importante ferramenta de relacionamento entre os indivíduos. Uma ciência que promove a consciência social que agregará na formação do senso crítico.
Assim, a educação ajuda a formar tipos de homens para agir de uma ou de outra maneira, para se constituir de forma associada ou de maneira competitiva. No entanto, esse processo não é único e varia de uma sociedade para a outra. A educação que serve a um tipo de sociedade e de grupo não necessariamente servirá a outros. (Idem)
Exemplo: Existem sociedades em que a educação valorizada é a de tipo informal; no entanto, haverá sociedades, como a nossa, por exemplo, em que a educação legitimada é a formal.
Importância do estudo da sociologia educacional
Para Rodrigues (2001) a educação tem por função suscitar na criança:
- certo número de estados físicos e mentais, que a sociedade, a que pertença, considera como indispensáveis a todos os seus membros;
- certos estados físicos e mentais, que o grupo social particular (casta, classe, família, profissão) considera igualmente indispensáveis a todos que o formam.
É a sociedade, em seu conjunto, e cada meio social, em particular que determinam este ideal a ser realizado. Cada sociedade, portanto, constroi e define para seu uso um tipo de homem. A educação, portanto, varia de acordo com as sociedades, com o tempo e com os interesses em jogo. Durkheim criticava, assim, aqueles que acreditavam que havia uma educação única e ideal. Para realizar tal intento, o autor entendia ser necessário voltar-se às sociedades tradicionais a fim de entender as transformações pelas quais a sociedade europeia e, em especial a francesa, estava passando naquele final de século.
Antropologia
Historial
Na ideia de Kuper (1978) podemos encontrar as primeiras e mais remotas preocupações que levaram ao surgimento da antropologia no século XVI. O movimento colonizador observado nas Grandes Navegações, ocorridas a partir do final do século XV, colocou o europeu em contato com um tipo humano jamais visto por ele. A cultura, o modo de vida, a religião e as estruturas sociais tão diferentes causaram espanto aos europeus. Tanto quanto o espanto foi causado, houve o movimento de tomada da terra e dos bens naturais dos nativos por parte daqueles.
No século XIX, houve um novo movimento colonizador, denominado neocolonialismo ou imperialismo. O imperialismo desse período promoveu uma divisão das terras dos territórios da África e da Ásia entre as principais potências europeias, em especial Inglaterra e França, que receberam as maiores porções nessa partilha.
Então, o europeu colocava-se novamente em posição de domínio de outros povos e contato com culturas diferentes. Era, novamente, necessário justificar-se o movimento colonizador, porém com certas diferenças epistemológicas. O século XIX tinha vivenciado a revolução científica do século XVI e caminhava para um positivismo cientificista que necessitava de explicações científicas (e não religiosas) para justificar o domínio de povos. Além da simples partilha das terras, os europeus precisavam de matéria-prima para suprir a necessidade imposta pela expansão industrial do século XIX.
Conceito de Antropologia
Antropologia é uma ciência que se dedica ao estudo do ser humano em sua totalidade. O ser humano é compreendido pela antropologia em sua dimensão biológica, cultural e social, simultaneamente
O termo de origem grega, formado por “anthropos” (homem, ser humano) e “logos” (conhecimento). A reflexão os seres humanos em seu comportamento social é conhecida desde a Antiguidade Clássica pelo pensamento de diferentes filósofos, como Sócrates, Platão e Aristóteles
Objetivo do estudo da Antropologia
Na ideia de Lévi-Strauss (2008) analisa o comportamento do ser humano em sociedade (grupos sociais), a organização social e política, as relações sociais e suas instituições.
A antropologia social difere da sociologia no objeto da investigação. A sociologia se dedica a entender os movimentos e estruturas sociais de uma forma macro, já a antropologia social é voltada à relação que o ser humano estabelece com estes fenômenos em uma busca mais centrada no ser.
Tipos de antropologia
- Antropologia Física ou Biológica: Estuda os aspectos genéticos e biológicos do homem. Também é chamada de bioantropologia, dedicada a entender os mecanismos de adaptação e evolução do homem.
Essa divisão da antropologia recebe uma grande influência da obra de Charles Darwin, sobretudo, A Origem das Espécies (1859). Entre seus objetos de estudos estão as características genéticas que diferenciam povos e possibilitam que eles sobrevivam em determinados ambientes. Como por exemplo, ao estudar as fisiológicas de diferentes grupos humanos, entre outras questões genéticas.
Além da genética a paleoantropologia (estudo da evolução humana) se dedica mais estritamente a esta área. A antropologia forense também utiliza de conhecimentos da antropologia biológica para elaborar seus laudos de identificação de cadáveres e estudos sobre crimes, usados pelo direito penal
- Antropologia Social e Cultural: A Antropologia Cultural investiga as questões culturais que envolvem os seres humanos, como: costumes, mitos, valores, crenças, rituais, religião, língua, outros aspectos fundamentais na formação da cultura. (Idem)
Importância da antropologia
Na ideia de Kuper (1978) a antropologia procura investigar como o ser humano formou-se e tornou-se o que ele é, em seus dados contextos. Buscando,assim, as raízes e os processos transformadores. Com base nisso, podemos dizer que a antropologia tem a finalidade de entender o comportamento humano para auxiliar na convivência social, no respeito intercultural e fazer análises mais profundas.
Portanto podemos dizer que a sociologia estuda a sociedade e a analisa no tempo presente, levando em conta o seu campo de relações produtivas e sociais. Já a antropologia estuda o ser humano e o analisa no passado e no decorrer do presente, focando nos aspectos culturais.
Referencias bibliográficas
BARROS de Oliveira. (2010). Psicologia da Educação vol.1 Aprendizagem- Aluno, 3.ª Edição actualizada. Porto: Livpsic.
DURKHEIM, E. (2001). Educação e sociologia. Lisboa: Edições 70.
KRASILCHIK, M. (2005). Práticas de Ensino de Biologia. 4ª ed. São Paulo: Universidade de São Paulo.
KUPER, Adam (1978). Antropólogos e antropologia. [S.l.]: F. Alves
LÉVI-STRAUSS, Claude (2008). As estruturas elementares do parentesco. Mariano Ferreira 4. ed ed. Petrópolis: Vozes.
RODRIGUES, Alberto Tosi. (2001). Sociologia da Educação. Rio de Janeiro: DP&A.
SCHNETZLER, R. P. e Aragão, Rosália M. R. (orgs) (2000). Ensino de Ciências: fundamentos e abordagens. Campinas: R. Vieira Gráfica e Editora.
VEIGA, F. (2013). Psicologia da Educação: Teoria, Investigação e Aplicação, Envolvimento dos alunos na escola. Lisboa: Climepsi.