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Fontes e técnicas específicas da história da África

Benney Muhacha by Benney Muhacha
Agosto 26, 2022
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Fontes e técnicas específicas da história da África

Conteúdos

A evolução da historiografia da África – FAGE

Os primeiros trabalhos sobre a história da África são tão antigos quanto o início da história escrita. Os historiadores do velho mundo mediterrânico e os da civilização islâmica medieval tomaram como quadro de referência o conjunto do mundo conhecido, que compreendia uma considerável porção da África.

A África ao norte do Saara era parte integrante dessas duas civilizações e seu passado constituía um dos centros de interesse dos historiadores, do mesmo modo que o passado da Europa meridional ou o do Oriente Próximo. A história do norte da África continuou a ser parte essencial dos estudos históricos até a expansão do Império Otomano, no século XVI.

a) Fontes antigas (escritas) – que fizeram referência à África sub-saariana.

As informações fornecidas pelos antigos autores no que se refere mais particularmente à África ocidental eram raras e esporádicas. Heródoto, Manetão, Plínio, o Velho, Estrabão e alguns outros descrevem apenas umas poucas viagens através do Saara, ou breves incursões marítimas ao longo da costa Atlântica, sendo a autenticidade de alguns desses relatos objeto de animadas discussões entre especialistas.

As informações clássicas a respeito do mar Vermelho e do oceano Índico têm um fundamento mais sólido, pois é certo que os mercadores mediterrânicos, ou ao menos os alexandrinos, comerciavam nessas costas. O Périplo do Mar da Eritreia (mais ou menos no ano +100) e as obras de Cláudio Ptolomeu (por volta do ano +150, embora a versão que chegou até nós pareça referir‑se sobretudo ao ano +400, aproximadamente) e de Cosmas Indicopleustes (+647) constituem ainda as principais fontes da história antiga da África oriental.

b) Fontes Medievais (Árabes)

Os autores árabes eram mais bem informados, uma vez que em sua época a utilização do camelo pelos povos do Saara havia facilitado o estabelecimento de um comércio regular com a África ocidental e a instalação de negociantes norte‑africanos nas principais cidades do Sudão ocidental. Por outro lado, o comércio com a parte ocidental do oceano Índico tinha se desenvolvido a tal ponto que um número considerável de mercadores da Arábia e do Oriente Próximo se instalara ao longo da costa oriental da África.

Entre os primeiros historiadores da África, porém, encontra‑se um muito importante, um grande historiador no sentido amplo do termo: referimo‑nos a Ibn Khaldun (1332‑1406) que, se fosse mais conhecido pelos especialistas ocidentais, poderia legitimamente roubar de Heródoto o título de “pai da história”. Ibn Khaldun era um norte‑africano nascido em Túnis, ele induziu uma concepção que faz da história um fenômeno cíclico, por não ter, atribuído o mesmo peso e o mesmo valor a todo fragmento de informação que pudesse encontrar sobre o passado; acreditava que era preciso aproximar‑se da verdade passo a passo, através da crítica e da comparação.

Ibn Khaldun é, realmente, um historiador muito moderno e é a ele que devemos o que se pode considerar quase como história da África tropical, em sentido moderno. No quadro das antigas tradições mediterrâneas e islâmicas, ele não deixou de se preocupar com o que ocorria no outro lado do Saara. Assim, um dos capítulos de sua obra3 é uma história do Império do Mali, que na época em que ele viveu atingia seu auge. Esse capítulo é parcialmente fundamentado na tradição oral da época e, por esta razão, permanece até hoje como uma das bases essenciais da história desse grande Estado africano.

Os mais elaborados dentre esses primeiros exemplos de obras de história atualmente conhecidos são provavelmente o Ta’rikh al‑Sudan e o Ta’rikh el‑Fattash, ambos escritos em Tombuctu, principalmente no século XVII.

É interessante notar que as crônicas dessa natureza escritas em árabe não se limitam necessariamente às regiões da África que foram inteiramente islamizadas. Assim, o centro da atual Gana produziu sua Crônica de Gonja (Kitab al‑Ghunja) no século XVIII e as recentes pesquisas de especialistas como Ivor Wilks revelaram centenas de exemplos de manuscritos árabes provenientes dessa região e de regiões vizinhas6. Por outro lado, é preciso não esquecer que uma parte da África tropical – a atual Etiópia – possuía sua própria língua semítica, inicialmente o gueze e mais tarde o amárico, na qual uma tradição literária foi preservada e desenvolvida durante quase 2 mil anos.

Fontes da fase moderna (expansão europeia)

No século XV os europeus começaram a entrar em contato com as regiões costeiras da África tropical, fato que desencadeou a produção de obras literárias que constituem preciosas fontes de estudo para os historiadores modernos. Quatro regiões da África tropical foram objeto de particular atenção: a costa da Guiné na África ocidental; a região do Baixo Zaire e de Angola; o vale do Zambeze e as terras altas vizinhas; e, por fim, a Etiópia.

Na Etiópia, as bases já existiam. Podia‑se aprender o Gueez e aperfeiçoar seu estudo, bem como utilizar as crônicas e outros escritos nessa língua. Obras históricas sobre a Etiópia foram elaboradas por dois eminentes pioneiros entre os missionários, Pedro Paez (morto em 1622) e Manoel de Almeida (1569‑ 1646), e uma história completa foi escrita por um dos primeiros orientalistas da Europa, Hiob Ludolf

No baixo vale do Congo e em Angola, assim como no vale do Zambeze e em suas imediações, os interesses comerciais eram provavelmente mais fortes que os da evangelização. Ocorre porém que, em seu conjunto, a sociedade africana tradicional não estava disposta a fornecer aos europeus o que eles desejavam, a não ser que sofresse pressões consideráveis. O resultado é que ela foi obrigada a mudar de modo tão drástico que mesmo os ensaios descritivos dificilmente podiam deixar de ser em parte históricos. De fato, importantes elementos de história podem ser encontrados em livros de autores como Pigafetta e Lopez .

Fontes da fase moderna (Século XVIII)

A partir do século XVIII, parece que a África tropical recebeu dos historiadores europeus a atenção que merecia. Era possível, por exemplo, utilizar como fontes históricas os autores mais antigos, sobretudo os descritivos – como Leão, o Africano, e Dapper –, de maneira que as histórias e geografias universais da época, como The Universal History, publicada na Inglaterra entre 1736 e 1765, podiam consagrar um número apreciável de páginas à África11. Houve também ensaios monográficos, como é o caso da História de Angola, de Silva Correin (cerca de 1792), da Some Historical account of Guinea, de Benezet (1772) e das duas histórias do Daomé: Memórias do Reino de Bossa Ahadée, de Norris (1789) e History of Dahomey, de Dalzel (1793), pois nessa época a principal tendência da cultura europeia começava a considerar de forma cada vez mais desfavorável as sociedades nao‑europeias e a declarar que elas não possuíam uma história digna de ser estudada. Essa mentalidade resultava sobretudo da convergência de correntes de pensamento oriundas do Renascimento, do Iluminismo e da crescente revolução científica e industrial.

Hegel (1770‑1831) em sua Filosofia da História, que contém afirmações como as que seguem: “A África não é um continente histórico; ela não demonstra nem mudança nem desenvolvimento”. Os povos negros “são incapazes de se desenvolver e de receber uma educação. Eles sempre foram tal como os vemos hoje”.

Fage – Por ironia do destino, foi durante a vida de Hegel que os europeus empreenderam a exploração real, moderna e científica da África e começaram assim a lançar os fundamentos de uma avaliação racional da história e das realizações das sociedades africanas.

Nota I: A carreira de Nachtigal prosseguiu numa fase inteiramente nova da história da África: aquela em que os europeus haviam iniciado a conquista do continente e o domínio de suas populações.

Nota II: É interessante citar aqui o caso de Richard Burton (1821‑1890), um dos grandes viajantes europeus na África durante o século XIX. Trata‑se de um espírito curioso, cultivado, sempre atento e um orientalista eminente.

As coisas ficaram ainda mais difíceis para o estudo da história da África após o aparecimento, nessa época e em particular na Alemanha, de uma nova concepção sobre o trabalho do historiador, que passava a ser encarado mais como uma atividade científica fundada sobre a análise rigorosa de fontes originais do que como uma atividade ligada à literatura ou à filosofia.

Fontes da fase contemporânea

De fato, o método estritamente funcionalista adotado pelos antropólogos britânicos entre 1930 e 1950 para o estudo das sociedades africanas tendia a desencorajar qualquer interesse histórico, mesmo quando, graças a seu trabalho de campo, eles se encontravam numa situação excepcionalmente favorável para obter dados históricos. Isso gerou uma grande quantidade de trabalhos de importância histórica, como por exemplo The King of Ganda, de Tor Irstam (1944), ou The trade of Guinea, de Lar Sundstrom (1965). Entretanto, duas obras merecem destaque especial; Völkerkunde von Afrika, de Hermann Baumann (1940) e Geschichte Afrikas de Diedrich Westermann (1952).

Durante seu período de atividade, que corresponde aproximadamente às quatro primeiras décadas do século XX, ele foi quase com certeza o mais produtivo dos historiadores da África.

Aos olhos dos historiadores, arqueólogos e antropólogos atuais, de formação bastante rigorosa, Frobenius parece um autodidata original cujos trabalhos são desvalorizados não apenas por suas interpretações um tanto ousadas, mas também por seu método de trabalho rápido, sumário e às vezes destrutivo. Contudo, ele chegou a alguns resultados que anteciparam claramente os obtidos por pesquisadores que trabalharam com maior rigor científico e que surgiram depois dele, e a outros difíceis ou mesmo impossíveis de obter nas condições atuais.

Fontes escritas em língua latina feitas por africanos negros

No fim do século XIX também os africanos que haviam aprendido a ler o alfabeto latino sentiram necessidade de deixar por escrito o que eles conheciam da história de seus povos, para evitar que estes fossem completamente tragados pelos europeus e sua história. Entre os primeiros clássicos desse gênero, escritos por africanos que como os autores dos ta’rikh antes deles – haviam exercido uma atividade na religião da cultura importada e dela haviam extraído seus nomes, pode‑se citar A History of the Gold Coast and Asante de Carl Christian Reindorf (1895) e History of the Yorubas de Samuel Johnson (terminada em 1897 mas publicada somente em 1921).

O papel dos administradores coloniais

Por outro lado, certos colonizadores, espíritos inteligentes e curiosos, tentavam descobrir e registrar a história daqueles a quem tinham vindo governar. Para eles, a história africana geralmente apresentava um valor prático. Os europeus podiam ser melhores administradores se possuíssem algum conhecimento sobre o passado dos povos que eles haviam colonizado. Parece que os franceses foram mais bem-sucedidos que os ingleses na elaboração de uma história realmente africana. Quando de seu retorno à França, alguns administradores franceses (como Delafosse, Georges Hardy, Henry Labouret29) elaboraram breves histórias gerais a respeito de todo o continente ou do conjunto da África subsaariana.

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Benney Muhacha

Benney Muhacha

Mestrando Gestão de Projetos, Licenciado em História e Bacharel em Administração. Jovem moçambicano apaixonado pelas TICs, é CEO e editor de conteúdo dos blogs: Sópra-Educação, Sópra-Vibes, Sópra-Vagas e Sópra-Educação.com/exames

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