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Cultura do amendoim

Qual é o ciclo do amendoim? Como é feito o plantio de amendoim? Qual é a melhor época para plantar amendoim? Qual o melhor adubo para o amendoim? Quanto produz um pé de amendoim? Quanto tempo leva para nascer o amendoim?

Benney Muhacha by Benney Muhacha
Agosto 27, 2022
in Uncategorized
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Cultura do amendoim

Conteúdos

Breve historial

O amendoim é uma planta da família Fabaceae. O amendoim é uma planta herbácea, com caule pequeno e folhas compostas e pinadas, contendo quatro folíolos.

Possui raiz aprumada, medindo entre 30-50 cm de profundidade.

O amendoim (Arachis hypogea.) é planta nativa da América do Sul, incluindo o Brasil Central, especificamente a região oeste do Estado do Mato Grosso, e o Paraguai. Também em Moçambique é uma das culturas produzidas em sectores familiar.

O amendoim também é cultivado nas Regiões Centro-Oeste e Nordeste. Na Região Nordeste, os principais Estados produtores são Bahia, Sergipe, Paraíba e Ceará, com sistemas de produção típicos de agricultura familiar, com baixo uso de insumos e de mecanização e com produtividade média ainda muito baixa. A grande diversidade dos hábitos de consumo confere ao amendoim expressiva importância económica. Os grãos são consumidos “in natura” ou processados industrialmente, dando origem a produtos derivados, como óleo e farelo, ou utilizados na fabricação de produtos alimentícios, no ramo das conservas, confeitarias e enlatados e, ainda, na indústria farmacêutica.

O amendoim é uma espécie autogamia, com estrutura reprodutiva que facilita a autofecundação. Esta espécie se distingue da maioria das outras por florescer em sua parte aérea e por produzir frutos abaixo da superfície do solo. No Brasil, dois tipos botânicos são comercialmente cultivados, classificados, agronomicamente, como:

  • Valência, de porte erecto, ciclo relativamente mais curto, sementes de tamanho médio e coloração avermelhada, representando cerca de 60% dos cultivos nacionais;
  • Virgínia, de porte ramador ou rasteiro, ciclo longo e sementes grandes, de coloração bege

Em São Paulo, o amendoim é cultivado como cultura principal, semeado no início do ano agrícola (“cultivo das águas”), ou como cultura secundária, semeado no final do período das chuvas (“cultivo da seca”), em épocas climaticamente desfavoráveis, porém vantajosas sob o ponto de vista económico ou agronómico. Esta última opção é comum nas lavouras do Estado, especialmente quando se utiliza o amendoim como cultura de rotação nas áreas de reforma dos canaviais. Estima-se que 80% da área de reforma de canavial sejam ocupadas pela cultura do amendoim

A cultura do amendoim desenvolve-se melhor em solos com textura média e com drenagem. Os solos de textura pesada, excessivamente argilosos, dificultam a operação da colheita. A camada superior do solo não deve possuir impedimentos que dificultem a penetração do ginóforo. No Estado de São Paulo, as cultivares IAC Tatu Vermelho, IAC-Tatu-ST e IAC Caiapó têm uma participação no mercado de sementes, fiscalizadas ou certificadas, de 53%, 34% e 13%, respectivamente, enquanto na Região Nordeste, as cultivares mais plantadas são Tatu e BR1

Maiores países consumidores, produtores, exportadores e importadores

  • O maior produtor mundial é a China;
  • O principal país importador é a Holanda;
  • O principal país exportador é a China;

Os principais países consumidores são China e EUA;

Consumo por pessoa:

No mundo = 5 kg/ano

No Brasil = 3 kg/ano

Variedade

Uma boa variedade deve apresentar as seguintes características:

  • Porte erecto para facilitar o cultivo;
  • Alta produtividade. O rendimento agrícola deve passar de 2.000 Kg/há de amendoim em casca, ou seja, 1.400 Kg/há de amendoim descascado.
  • Precocidade ou ciclo inferior a 120 dias para proporcionar a plantação de duas vezes no ano
  • Alto teor de óleo. As variedades com percentagem superior a de 40% são as mais indicadas.

Fenologia do cultivo do amendoim

A fenologia pode ser definida como o estudo dos eventos periódicos da vida da planta, em função de sua reacção às condições do ambiente O conhecimento da fenologia das culturas é de grande interesse para programas de melhoramento, uma vez que as informações sobre crescimento e desenvolvimento podem auxiliar, de forma mais efectiva, em actividades de manejo da cultura. No caso do amendoim, o estudo completo de todas as fases que envolvem seu ciclo tornase difícil, porque a frutificação ocorre abaixo do nível do solo, dificultando a remoção de frutos para observação de seu estádio de desenvolvimento, o que pode prejudicar a planta e, consequentemente, mascarar os resultados relacionados à fase reprodutiva

Condicionantes agro-meteorológicos da produtividade

O amendoim é cultivado, amplamente, em mais de 80 países da América, Ásia e África, principalmente em regiões tropicais, na faixa de latitude de 30º N a 30º S. Apesar da ampla adaptabilidade, a produtividade da cultura é fortemente influenciada por factores ambientais, especialmente temperatura, disponibilidade de água e radiação solar, como a maioria das culturas agrícolas.

A faixa situada entre 24 e 33ºC é considerada ideal para o crescimento vegetativo, tendo-se

Verificado que, com temperaturas próximas a 33ºC, o desenvolvimento vegetativo é maior, ocorrendo, entretanto, um decréscimo na produção de vagens. Temperaturas superiores a 31ºC diminuem o número de vagens (Bolhuis & Groot, 1959; Leong & Ong, 1983; Ketring, 1984; Ong, 1984), a massa de vagens (Bolhuis & Groot, 1959; Ong, 1984), a massa de grãos por planta (Ketring, 1984) e o acúmulo de matéria seca pelo amendoim (Bolhuis & Groot, 1959; Ketring, 1984; Ong, 1984). Considera-se 28ºC a temperatura óptima para o período de frutificação (Savy Filho e Canechio Filho,1976).

Um dos métodos mais utilizados para relacionar a temperatura com o desenvolvimento e, ou,

Crescimento das plantas é o da soma térmica ou graus-dia acumulados. O conceito de graus-dia assume a existência de uma temperatura basal, abaixo da qual o crescimento vegetal pode ser desconsiderado. Cada grau acima da temperatura base corresponde a um grau-dia. Cada espécie vegetal possui uma temperatura-base para as diferentes fases fenológicas, mas pode-se adoptar um valor único para todo

o ciclo da cultura.

Disponibilidade Hídrica

De acordo com Doorenbos & Kassam (1994), a cultura do amendoim necessita de 500 a 700 mm de água, no período total de crescimento, para obtenção de boas colheitas. Para Baldwin & Harrison (1996) a cultura exige de 508 a 635 mm de água, durante todo o ciclo, para expressar produtividade máxima. Nas condições do semi-árido do Nordeste Brasileiro, Silva (1997) obteve as maiores produtividades quando aplicou 700 mm de água, durante o ciclo total da cultura.

Efeito do défice hídrico sobre a cultura do amendoim

A planta do amendoim é conhecida por apresentar mecanismos fisiológicos de tolerância ao défice hídrico, sendo bem adaptada às condições de seca. Apesar disso, o défice hídrico pode trazer consequências negativas à produtividade. Considerando-se que a implantação da cultura é dependente, sobretudo, da humidade do solo, as condições hídricas ideais podem não ocorrer em muitas lavouras de amendoim estabelecidas durante os diferentes períodos do ano agrícola.

Segundo Boote & Hammond (1981), o défice hídrico induz alterações metabólicas, cuja importância depende da intensidade e duração do défice, incluindo a redução do desenvolvimento das células, a expansão das folhas, a transpiração e a redução na translação de foto assimilados, apresentandose, dentre todos os factores ambientais, como o que mais frequentemente limita o desenvolvimento das culturas. Como consequência, a disponibilidade hídrica pode interferir no estabelecimento da cultura do amendoim, reduzindo a população de plantas, a área foliar, a massa de grãos, a produção de vagens e de grãos

O período da floração é o mais sensível ao défice hídrico, seguido pelo período de formação da produção. O défice hídrico, durante a floração, acarreta queda das flores ou prejudica a polinização, enquanto, durante o período de formação da produção, reduz o peso das vagens.

Fatores climáticos para o crescimento e o desenvolvimento  da cultura

O factor climático mais importante para o crescimento da planta e o desenvolvimento do amendoim é a temperatura. Por sua vez, tanto o florescimento quanto a maturação e o crescimento dos frutos estão directamente ligados à temperatura. O amendoinzeiro tem metabolismo fotossintético do tipo C3 e apresenta taxa fotossintética líquida máxima a 30 ºC. A máxima taxa de produção de matéria seca, ou produtividade da cultura, é de 19,6 g/m².dia. A velocidade de germinação atinge níveis máximos sob temperaturas entre 32 ºC e 34 ºC.

No entanto, em temperaturas inferiores a 18 ºC, o poder germinativo é bastante reduzido e a velocidade do processo germinativo cai proporcionalmente com a redução da temperatura.

A fase vegetativa da planta é prolongada em temperaturas abaixo do óptimo, adiando o início da floração. Contudo, o período entre germinação e florescimento é determinado não apenas pela temperatura, mas também pelo genótipo.

A demanda de água durante o ciclo varia, sendo maior na fase de enchimento das vagens. Geralmente, o consumo de água vária de 665 mm para variedades de ciclo longo a 490 mm para as de ciclo curto.

Climatologia em Moçambique

Sendo um vegetal tropical, o clima ideal para o amendoim é o quente húmido, Chuvas bem distribuídas e calor caracterizam as condições climáticas perfeitas para o desenvolvimento desta oleaginosa.

O clima do distrito é do tipo húmido, semi-árido, sub-húmida seco e tropical chuvoso de savana. A precipitação média anual vária de 800-1200 mm e do mês é inferior a 60 mm. A evapotranspiração potencial de referência é menor que a precipitação nos meses de Janeiro, Fevereiro e Março. A temperatura média anual é de 20.90C sendo a mais alta no mês de Novembro 32.50C e a mais baixa no mês de Julho 12.30C, e durante o período de crescimento da cultura nas regiões cujas temperaturas excedem 25ºC, embora em geral as temperaturas variam entre 20ºC – 25ºC

Assim, o gráfico 01 mostra o resumo dos dados meteorológicos registados no decorrer do estudo no posto administrativo de Mapupulo.

Faixa de latitude e de altitude de maior adaptação para o amendoim

O amendoim é cultivado predominantemente em regiões de latitude até 30ᵒ N e S. Alguns países o cultivam em latitudes maiores. Nos Estados Unidos, essas coordenadas situam-se entre 30ᵒ e 35ᵒ N.

Com relação à altitude, essa leguminosa pode ser cultivada até 1.000 m acima do nível do mar. Em altitudes mais elevadas, seu cultivo fica restrito, em função das baixas temperaturas.

Relação entre população de plantas, produtividade económica e produtividade biológica

Essa relação depende do cultivo e do ambiente onde a cultura está sendo conduzida. Considerando-se a produtividade biológica, a qual envolve toda a produção fotossintética da cultura, a relação é diferente e a população de plantas pode ser bem maior, para alcançar o máximo de produtividade.

Assim, para cada grupo de cultivar e ambiente, tem-se uma população ideal para ser usada pelo produtor, daí a importância de se solicitar informações técnicas aos extensionistas da região.

Componentes da produção do amendoim

Os componentes que definem a produção do amendoim são baseados na população de plantas. Os principais componentes são:

  • Número de vagens/planta.
  • Peso das vagens/planta.
  • Peso de 100 sementes.
  • Teor de óleo nas sementes (caso se queira expressar a
  • Produtividade na base de óleo).
  • Percentagem de vagens chochas.
  • Percentagem de sementes perfeitas.

Constituição do sistema radicular do amendoim

É constituído por uma raiz principal pivotante vigorosa, da qual saem numerosas raízes laterais que se subdividem, formando um conjunto bastante ramificado.

O crescimento da raiz constitui a actividade predominante nos primeiros estágios de desenvolvimento. Após 5 a 6 dias da emergência, a raiz principal pode crescer de 10 cm a 16 cm em profundidade e iniciar a formação do abundante número de raízes laterais.

Nessa fase, a planta é pouco susceptível ao défice hídrico. O ritmo de crescimento das raízes varia, sendo influenciado pelo tipo de solo, temperatura e pelo potencial hídrico da atmosfera.

Em solos arenosos, há maior aprofundamento do sistema radicular; nos argilosos, o crescimento das raízes é mais limitado e se tiver argila de elevada actividade do tipo 2:1, do grupo das montmorilonitas, pode haver grande perda de frutos na colheita, devido à elevada aderência de vagens ao solo.

Profundidade que o sistema radicular do amendoim Pode atingir

A distribuição das raízes depende da humidade e do tipo de solo. Apesar do pequeno porte da planta, o sistema radicular pode atingir profundidades consideráveis, superiores a 100 cm. Apesar dessa capacidade, cerca de 60% das raízes encontram-se nos primeiros 30 cm de solo.

No Estado de São Paulo, em terra roxa estruturada, já foram encontradas raízes de amendoim abaixo de 130 cm. No Nordeste, em regime de sequeiro, já foram encontradas raízes a até 100 cm de profundidade em solo arenoso, bem drenado e sem salinização.

Profundidade da semeadura do amendoim

Para o plantio manual ou em sistema mecanizado, a semeadura deve ser feita em profundidade média de 5 cm. Semeadura feita próxima à superfície, embora acelere a emergência, pode comprometer a germinação (caso ocorra estiagem), devido à rápida secagem da camada superficial do solo, principalmente em se tratando de solos arenosos.

Em semeadura rasa, ao se aplicar herbicida, a semente pode ser atingida (contaminada) por esse produto. Se o plantio for feito em grande profundidade, é provável que muitas plantas não consigam emergir.

A semeadura de amendoim pode ser feita com semeadora tico-tico

Sim. O pequeno produtor pode semear o amendoim com auxílio da semeadora tico-tico.

Para isso, ele deve ajustar o Registro da máquina ao tamanho da semente.

Essa semeadora é de fácil uso. Além disso, ela aumenta o rendimento de mão-de-obra e reduz os custos de produção. Com ela, uma pessoa é capaz de plantar cerca de 30 kg de sementes de amendoim por dia.

As plantas de amendoim recém-germinadas são tolerantes à seca

Sim. Contudo, nas 2 semanas após a germinação, deve haver humidade no solo, para que as plântulas de amendoim desenvolvam o sistema radicular em profundidade. Por isso, para não comprometer o crescimento e o rendimento da lavoura, recomenda-se só fazer o plantio quando a estação chuvosa estiver bem estabelecida, com baixo risco de ocorrência de veranicos.

Nas outras fases de crescimento, a cultura apresenta-se tolerante à seca, com queda de produção especialmente se o défice hídrico ocorrer na fase de florescimento.

Não é recomendado fazer o replantio de falhas de germinação no campo de produção de amendoim.

O plantio do amendoim

Pode ser feito em linhas duplas, tradicionalmente, o amendoim é cultivado em linhas simples, mas o sistema em linhas duplas (70 cm x 20 cm x 20 cm) consiste numa configuração que reduz o espaçamento, proporciona maior competitividade de plantas daninhas e auxilia no controlem fitossanitário e na colheita mecânica, pois facilita o tráfego de máquinas no interior da lavoura.

A amontoa consiste em se colocar terra ao redor das plantas, entre 25 e 40 dias após a germinação, para evitar tombamento, o que geralmente coincide com a primeira capina. Os principais benefícios da amontoa são:

  • Controle de plantas daninhas na linha de semeadura.
  • Manutenção da humidade em períodos de estrese hídrico.
  • Facilidade na penetração dos ginóforos (esporões) no solo.

Não é recomendado cobrir as flores do amendoim com terra, quando elas estão surgindo. Essa prática pode impedir a fertilização e, posteriormente, a formação do fruto.

 A semeadura de replantio que deve ser feita cerca de 7 a 10 dias do plantio atrasa o crescimento em relação ao primeiro plantio e, consequentemente, a colheita.

Além do gasto com sementes e com mão-de-obra, o sombreamento das plantas mais velhas – e a competição com plantas daninhas – são factores limitantes à produção de replantio, o que não justifica essa prática. Para se evitar falhas no campo, é importante que o produtor tenha conhecimento do lote da semente adquirida. Sementes velhas, mal conservadas ou com odor rançoso, geralmente apresentam baixo percentual de germinação.

Outro indício de baixo poder germinativo é a coloração opaca da película que envolve a semente

Floração do amendoim nas plantas de porte erecto e nas de porte rasteiro

Segundo PRELA (2000) nas plantas de porte erecto, a floração inicia-se entre 20 e 35 dias após o plantio, persistindo até o final do ciclo; nas de porte rasteiro, inicia-se entre 35 e 45 dias após o plantio, perdurando, também, até próximo à colheita. Independentemente do hábito de crescimento, o florescimento é mais elevado entre o primeiro e o segundo mês do início da floração, decaindo em seguida.

  • Quanto à duração e à quantidade de flores, depende do genótipo e das condições ambientais. Em zonas tropicais de clima quente, a floração ocorre mais cedo, com período de duração menor.
  • Quanto à distribuição das flores na planta, a presença de flores no eixo central também é variável, característico da subespécie fastigiata, enquanto a ausência das flores no eixo central identifica a subespécie hypogaea.

Espaçamentos e configurações mais recomendadas para o plantio do amendoim de porte erecto Para cultivar erectas de ciclo curto (90 a 100 dias), o espaçamento mais recomendado é 0,5m x 0,2 m, com duas sementes por cova, com densidade populacional entre 160 mil até 200 mil plantas por hectare

O espaçamento 0,3 m x 0,2 m também é recomendado e, por ser mais adensado, requer maior quantidade de sementes para o plantio, com a vantagem da redução no número de capinas e maior produtividade.

No espaçamento de 0,7 m entre as fileiras a produtividade é menor mas facilita o controlo mecânico das plantas daninhas.

Deficiência de oxigénio no solo

Quanto a eficiência do oxigénio no solo a aeração e a boa drenagem são de fundamental importância para a cultura do amendoim. Solos bem drenados favorecem a aeração adequada, de modo a permitir o suprimento de oxigénio (O) para as raízes e vagens, e de nitrogénio (N), para a fixação.

A drenagem e a aeração favorecem o desenvolvimento e o crescimento de frutos e de raízes, que necessitam de oxigénio para dar curso aos processos metabólicos. Geralmente, há necessidade de pelo menos 10% a 12% de O no solo para o bom desenvolvimento das raízes e das vagens

Macronutriente para a produção e qualidade do amendoim

De acordo com VALE (1996), todos os macronutrientes são importantes na fisiologia de crescimento e desenvolvimento do amendoim e, junto com os micronutrientes, funcionam em harmonia na produção e na qualidade dos frutos. Quanto aos aspectos de qualidade e de quantidade de frutos por planta, os macronutrientes que melhor respondem a essas necessidades são o fósforo (P) e o cálcio (Ca).

O fósforo é considerado como o principal factor de produtividade da cultura, embora seja requerido em menores quantidades, aumentando a eficiência reprodutiva e o enchimento dos frutos. Por sua vez, o cálcio influencia tanto na reacção do solo quanto na fisiologia da planta.

Uma vez incorporado ao solo, o cálcio controla o pH, prevenindo o acúmulo de alumínio (Al), promovendo ambiente favorável para o desenvolvimento da microflora e aumentando a disponibilidade de muitos elementos essenciais.

Na planta, o fornecimento de cálcio contribui para o aprofundamento das raízes, resistência do ginóforo (alongamento do eixo floral), tamanho das sementes, enchimento das vagens e redução de incidências da doença podridão-das-vagens, causadas principalmente por Pythium myriotylum, Rhizoctonia solani e Fusarium spp.

Escolha da área adequada para cultivar amendoim

Para VALE (1996) a escolha da área para plantio de amendoim é um dos passos mais importantes para conseguir boa produtividade e evitar problemas de erosão do solo. Devem-se preferir áreas de solo mais fértil, Arenoso ou Franco-Arenoso, com pH próximo da neutralidade e com boa drenagem, a fim de evitar encharcamento, que pode causar danos ao crescimento do amendoinzeiro.

Tipo de solo ideal para plantio de amendoim

Frutificando em baixo da terra, o amendoim prefere solos leves, profundos e bem drenados. Os terrenos arenosos devem ser os preferidos, a terra roxa e roxa misturada prestam-se também para o cultivo do amendoim; devido, porém, a aderência de partículas de terra, o produto não apresenta bom aspecto. A cultura também pode ser conduzida em solo massapé, quando muito bem trabalhado VALE (1996).

As terras encharcadas devem ser evitadas. No Estado de São Paulo, seu habitat ideal corresponde exactamente àquelas regiões onde é mais intensamente cultivado. Alto Sorocabana, Alta Paulista e Noroeste.

Como o fruto do amendoim (a vagem) desenvolve-se debaixo do solo, a planta precisa de solo mais leve, condição encontrada nas terras arenosas ou Franco-Arenosas. Solos mais pesados (argilosos) permitem bom desenvolvimento da planta, mas no momento da colheita, as perdas de vagens são maiores

Acidez do solo influi na produção de amendoim

Em solos ácidos, geralmente o molibdênio (Mo) e o fósforo (P) tornam-se indisponíveis. Junto com a deficiência de cálcio (Ca), o cultivo em solos ácidos invariavelmente reduz a formação e o enchimento dos frutos, resultando em grande percentagem de vagens chochas no final do ciclo e em maior vulnerabilidade ao ataque de pragas e doenças.

Para resolver o problema, faz-se uma calagem com calcário dolomítico, 45 a 60 dias antes do plantio em condições de solo húmido. A faixa de pH ideal para a cultura situa-se entre 6,0 e 6,5

Época apropriada para o plantio do amendoim

  • A produção de amendoim é feita em duas épocas:
    Primeira época: “safra das águas”, representa 75 % do volume total e corresponde aos plantios realizados em Outubro/Novembro;
  • Segunda época: “safra da seca”, sendo os plantios realizados no mês de Março.
    A safra das águas é mais produtiva;

A safra da seca produz amendoim de melhor qualidade, com menor risco de aflatoxina;
NB: Nas regiões de inverno quente é possível fazer a safra de inverno (plantio em Maio/Junho, desde que seja irrigado.

De acordo com VALE (1996) as Culturas precoces (3 meses) geralmente são plantadas em meados da estação das chuvas, para aproveitar ao máximo a precipitação pluvial durante as fases de florescimento e enchimento dos grãos. Onde o período chuvoso é mais longo, ou em plantio irrigado, é preciso planejar a semeadura, para que não haja perdas por germinação de sementes nas vagens e a colheita ocorra em época seca, para garantir a secagem da produção e evitar problemas de doenças nas vagens. Independentemente do manejo, o cultivo deve ser planejado, para se evitar excesso de humidade nas vagens durante a colheita.

Nas condições do Estado de São Paulo, o plantio pode ser feito em duas épocas: a primeira inicia-se em Setembro/Outubro (“safra das águas”) e, a segunda, do final de Janeiro a Fevereiro (“safra da seca”).

Nas condições do Nordeste, onde predomina o amendoim de porte erecto e de ciclo curto, o cultivo é feito no ciclo das águas, ajustando-se o plantio ao curto período chuvoso da região.

No Centro-o este, o plantio é feito imediatamente após colheita do milho e da soja, predominando as cultivares rasteiras

Quantidade de sementes necessária para se plantar 1ha de amendoim

Depende do tamanho da semente da cultivar e do espaçamento adoptado. Para as cultivares do tipo Valência (Tatu, BR 1, BRS Havana, etc.). Em caso de espaçamentos mais adensados, a elevação do custo de produção, devido à maior quantidade de sementes, é compensada pela redução dos tratos culturais e maior rendimento

Espaçamento Sementes/ha (kg) Densidade (plantas/ha) Produtividade media (t/ha)
0,70 m x 0,20 m 64 143.000 1,7
0,50 m x 0,20 m 90 200.000 2,1
0,30 m x 0,20 m 150 333.333 3,2

Recomendação de espaçamento para as cultivares Rasteiras

Para SILVA (1991), em termos de massa vegetativa, as plantas rasteiras têm maior configuração espacial. A partir de 60 a 70 dias de cultivo, as ramas laterais dessas plantas podem atingir comprimento entre 80 cm e 1 m. Para cultivares com esse hábito de crescimento, o espaçamento vária de 80 cm a 90 cm entre linhas, com densidade de semeadura de 12 a 15 sementes por metro.

Não Pode-se recomendar desbaste para a planta de amendoim. Diferentemente de outras culturas, como a mamoneira, em que se recomenda deixar apenas uma planta por cova, para o amendoim não se faz desbaste ou raleamento, por ser uma actividade dispendiosa e pelo dano causado ao sistema radicular da planta. Assim, recomenda-se distribuir apenas duas sementes por cova. Com isso, economizam-se sementes

Período crítico de competição entre as plantas daninhas e o amendoinzeiro

De acordo com SILVA (1991) o amendoinzeiro é muito sensível à competição causada pelas plantas daninhas e pela alelopatia ou teletoxicidade (capacidade das plantas em produzir substâncias químicas que, uma vez liberadas no ambiente de outras, pode favorecer ou prejudicar seu desenvolvimento ou o das outras). O período crítico de competição nas plantas de hábito de crescimento erecto vai da emergência até os primeiros 40 dias.

Para as cultivares rasteiras, de ciclo mais longo, o período crítico pode ser estendido até mais de 70 dias da emergência das plantas. Caso não se proceda ao controle nessa fase, as plantas daninhas podem reduzir significativamente a produtividade da cultura

Herbicidas mais indicados para a cultura do amendoim

Segundo SILVA (1991), existem vários herbicidas testados e aprovados para uso na cultura do amendoim que podem ser usados isoladamente ou combinados. Outros herbicidas que também podem ser usados são:

Sistema de irrigação mais indicado para a cultura do amendoim

Por tratar-se de uma cultura com plantio muito adensado, pode-se adoptar o sistema de irrigação por aspersão em áreas maiores, e a microaspersão em áreas menores. Além desses sistemas, a irrigação por sulco também poderá ser adoptada, desde que a gleba seja devidamente sistematizada.

Impacto ambiental da irrigação de uma lavoura de amendoim

Os principais problemas ambientais observados em lavouras de amendoim são:

  • Erosão.
  • Compactação e salinização do solo.
  • Contaminação da água de superfície e subterrânea.

A principal causa desses impactos ambientais verificados no solo e na água é a ausência de práticas conservacionistas, tanto em condições irrigadas como em condições de sequeiro.

Como evitar a degradação dos solos em áreas irrigadas e Cultivadas com amendoim.

Adoptando-se as seguintes práticas:

  • Plantio em contorno.
  • Cordões de vegetação permanente.
  • Plantios de cobertura
  • Adubação verde.

Radiação solar

Para SANTOS, (1997) a radiação solar constitui-se na fonte energética essencial para a manutenção de espécies Vegetais. Em plantas cultivadas, a eficiência do uso de radiação solar (RUE), dada pela relação entre a produção de fitomassa e a radiação interceptada, expressa a capacidade das plantas em capturar energia e produzir matéria seca. Factores como a deficiência hídrica, deficiência nutricional, ataque de pragas e doenças e concorrência com plantas infestantes interferem na eficiência do uso da radiação solar. Para a cultura do amendoim, a interceptação da radiação, pela cultura, e a sua eficiência de conversão em fitomassa decrescem com o aumento do défice de saturação de água no solo.

Em um estudo de interceptação da radiação solar pela cultura do amendoim, cv. Tatu, realizado em verificaram que as interceptações máximas de radiação fotossinteticamente ativa (PAR) ocorreram durante o estádio de floração, entre 35 e 60 dias após a emergência, e o coeficiente de extinção médio da cultura, durante o ciclo, foi de 0,66. Analisando-se a

Relação entre rendimento de fitomassa e PAR interceptada pela cultura, se obtive um valor de eficiência de uso da radiação durante o ciclo da cultura

Fotoperíodo

Os estádios fenológicos da cultura do amendoim não parecem ser afectados pelo fotoperíodo (Fortanier 1975, citado por Ong, 1986). Entretanto, o mesmo autor relata estudos mostrando que a produtividade da cultura pode ser afectada pelo fotoperíodo, existindo materiais genéticos mais produtivos em dias curtos (11 a 12 horas) e materiais genéticos mais produtivos em dias longos (15 a 16 horas).

 

Referências bibliográficas

ERISMANN, N. de M.; MACHADO, E. C.; GODOY, I. J. Capacidade fotossintética de genótipos de amendoim em ambiente natural e controlado. Pesquisa Agro-pecuária Brasileira, Brasília, DF, v. 41, n. 6, p.1099-1108, jul. 2006.

PEZZOPANE, J. R. M. et al. Chuva e previsão de épocas de pulverização para controle das manchas foliares do amendoim. Bragantia, Campinas, v. 57, p. 285-295, 1998.

PRELA, A.; RIBEIRO, A. M. de A. Soma de graus-dia para o subperíodo semeadura-maturação do amendoinzeiro. Revista Brasileira de Agrometeorologia, Santa Maria, v. 8, n. 2, p. 321-324, 2000.

SAVY FILHO, A.; CANECHIO FILHO, V. Instruções para a cultura do amendoim. São Paulo: Secretaria da Agricultura do Estado de São Paulo, 1976. 23 p. (Boletim, n. 208).

SILVA, L. C. et al. Comportamento de genótipos de amendoim (Arachis hypogaea L.) sob condições de sequeiro. Campina Grande: Embrapa-CNPA, 1991. 11 p. (Embrapa-CNPA. Pesquisa em andamento, 13).

VALE, F. X. R.; ZAMBOLLIM, L. Influência da temperatura e humidade nas epidemias de plantas. Revisão Anual de Patologia de Plantas, Passo Fundo, v. 4, p. 149-207, 1996.

Santos, R. C. et al. Fenologia de genótipos de amendoim dos tipos botânicos Valência e Virgínia. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasilia, DF, v. 32, n. 6, p. 607-612, 1997.

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Benney Muhacha

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Mestrando Gestão de Projetos, Licenciado em História e Bacharel em Administração. Jovem moçambicano apaixonado pelas TICs, é CEO e editor de conteúdo dos blogs: Sópra-Educação, Sópra-Vibes, Sópra-Vagas e Sópra-Educação.com/exames

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