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A sociologia e administração
A sociologia tem como objecto de estudo as relações humanas dentro da sua colectividade, sua origem nos remete a um período de grandes transformações sociais, económicas e culturais no séc. XVIII e XIX, ocasionadas pelas duas grandes revoluções que tiveram lugar na Europa.
Ela nasce como ciência para o estudo dos sistemas sociais humanos, seus fenómenos, transformações e as diversas relações sistemáticas dos agentes e grupos pertencentes ao sistema social.
Toda essa sociedade é sustentada pela existência de organizações que actuam em diversos sectores e fornecem os mais diversos serviços e produtos.
De maneira geral podemos portanto, afirmar que as organizações representam a forma pela qual o ser humano resolve os problemas e atende as necessidades sociais de forma colectiva.
A administração como ciência está intimamente ligada á sociologia uma vez que a aplicação das práticas administrativas objectiva viabilizar um eficiente e eficaz funcionamento das organizações sociais, embora claramente perceptível a forte relação entre as duas ciências, seu consciente relacionamento não acompanha origem da administração.
Dentro da visão das teorias clássicas da administração, a organização é tida como uma estrutura mecânica e o ser humano uma mera peça a engrenagem industrial.
Nas abordagens estruturalistas de Fayol e Weber observamos uma forte atenção ao processo e a estrutura da organização, e observamos ainda uma visão onde o homem é plenamente submisso a esta estrutura, respondendo de maneira rígida as regras e normas.
Com a percepção da existência de complexas relações informais dentro da rígida relação formal definida pelo modelo burocrático, inicia-se o processo de convergência entre a administração e a sociologia. A partir deste ponto é apontada a complexidade do relacionamento humano dentro do meio colectivo e a influência directa de tais relacionamentos sobre sua capacidade produtiva.
Podemos apontar como marco o trabalho de Elton Mayo na famosa experiência de Hwathore, onde procurava validar a influência de factores ambientais de iluminação na produtividade dos trabalhadores, acabou por apontar uma complexa relação de formação de organizações informais, dotadas de valores, regras e liderança própria.
A partir da abordagem iniciada pelos teóricos da teoria das relações humanas da administração, percebemos a importância desta teoria das organizações como ferramenta para o trabalho do Administrador.
A visão de uma estrutura meramente hierarquizada, rígida e da clara normalização, é substituída por uma visão dinâmica e de orientação muito mais centrada no principal agente da organização “o ser humano”.
Desta forma observamos o fundamental apoio da sociologia com ferramenta para estudo das organizações, sejam estas formais/ informais, de maneira que ambas possam se alinhar diante de objectivos comuns e mantenham uma forte relação cooperativista.
A sociologia e organizações
Sendo a sociologia um estudo das sociedades humanas, dando ênfase especial aos sistemas modernos e industrializados, ela procura compreender as mudanças radicais que ocorrem nas sociedades durante a interacção dos homens nas sua relações ou actividades. É neste contesto que surgem as organizações tidas como um conjunto estruturado de recursos humanos, materiais, financeiros e tecnológicos que buscam um determinado objectivo comum (económico, politico, emocional, recreativo ou espiritual).
Desta forma pode-se confirmar a existência de uma ligação entre a sociologia e a organização, pois, como já se referiu, na organização usa-se recursos humanos e a sociologia ocupa-se pelo estudo das relações entre os homens nas suas actividades quotidianas, daí que há uma grande relação entre sociologia e as organizações.
As organizações e empresas
Uma organização é um conjunto estruturado de recursos humanos, materiais, financeiros e tecnológicos que buscam um determinado objectivo comum (económico, politico, emocional, recreativo ou espiritual).
As partes de uma organização
Qualquer organização apresenta três partes básicas:
– Pessoas: organizadas em sectores, departamentos ou divisões
– Tarefas: actividades que deverão ser realizadas por cada membro da organização para o cumprimento da missão da organização.
– Administração: inclui o planeamento, a coordenação, a organização, a direcção e o controlo.
Razões da existência de organizações
Existem três principais razões que justificam a existência de organizações:
– Razões sociais: as pessoas precisam de outras pessoas para viver, por isso juntam-se em organizações para satisfazer esta necessidade social.
– Razões materiais : as pessoas juntam-se a organizações para conseguir aquilo de forma isolada jamais iriam conseguir ex: aumento de habilidades, compressão do tempo a acumulação de experiências.
-Efeito sinergético: as organizações tem um efeito multiplicador das actividades dos seus membros, isto é, o resultado da tarefa organizacional é mais que a simples soma das tarefas individuais.
O papel da informação na gestão das organizações
O factor básico para tomada de qualquer decisão, tanto a nível pessoal como nas organizações, é a informação. A gestão moderna está forte e inevitavelmente dependente dos sistemas de informação. A tendência cada vez mais globalizante dos sistemas e das economias, exige que os gestores tenham redes de informação eficientes e ligadas a estes sistemas.
Na gestão e tratamento da informação, o gestor assume três papeis:
– Papel de colector da informação: os gestores buscam constantemente a informação, tanto dentro como fora da organização e estes são, geralmente, os melhores informados dentro do grupo ou organização.
– Papel de disseminador da informação: os gestores transmitem aos seus subordinados as informações que julgam relevantes para o seu melhor desempenho. Os gestores devem certificar-se de que os seus subordinados receberam a informação que precisam para o cumprimento dos seus deveres.
– Papel de porta-voz: O gestor é responsável pela veiculação da informação do grupo/sector/divisão dentro da organização ou desta para terceiros.
Por outro lado a empresa é o agente produtor de bens e serviços. Como tal solicitada por outras empresas que lhes fornecem entradas e consomem saídas, ou ainda concorrem com elas e, para o caso do estado aplica-lhes impostos e taxas. Portanto, toda a empresa é organização, mas nem toda organização é empresa, as organizações são várias, desde lucrativas e não lucrativas, o que também se verifica nas empresas.
Administrador e administração
Segundo R.Edward e James Administrador (gerente)geral é aquele que supervisiona uma unidade complexa como uma companhia, uma subsidiaria e uma divisão operacional independente, ele é responsável por todas as actividades da unidade.
Uma pequena empresa pode ter apenas um administrador geral, seu presidente o vice-presidente e executivo, mas uma grande empresa pode ter vários cada um comandando uma divisão relativamente independente.
Ex: Numa grande empresa de alimentação pode haver uma divisão de produto: refrigerados e uma de congelados com um Administrador geral diferente responsável por cada uma.
Níveis e habilidades da equipe de Administradores
Segundo Robert L. Katz identificou três tipos básicos de habilidades, onde todo o Administrador precisa de:
– Habilidade técnica
– Habilidade humana
– Habilidade conceptual
- Habilidade técnica é a capacidade de usar os procedimentos, técnicos e conhecimentos de um campo de especialização.
- Habi
abilidade humana é a capacidade de trabalhar com outras pessoas, de entende-las e motiva-las como indivíduos ou membros de grupos.
- Habilidade conceptual é a capacidade de coordenar e ver a organização como um todo, compreendendo como suas partes dependem uma das outras e prevendo como uma mudança em qualquer das partes afectará a todo.
Katz sugere que, apesar destas três habilidades serem essenciais para um administrador sua importância relativa depende principalmente do nível que o Administrador ocupa na organização.
A administração é um processo de trabalho com pessoas para determinar, interpretar e alcançar os objectivos organizacionais através do desempenho das funções do planeamento, organização, preenchimento de vagas, direcção e controlo.
Desta forma, a relação existente entre Administrador e Administração é de complementaridade uma vez que o Administrador deve exercer as sua funções a partir de uma planificação, organização, direcção, supervisão e avaliação. Portanto, não há Administração sem Administrador e vice- versa.
Bibliografia
Administração James A.F. Storner
Edward Freeman 50 edição
Robert L. Katz, professor e executivo de empresa,