A Antropologia na sua condição de ciência e ao mesmo tempo facto que se materializa de ponto de vista temporal, agrega uma concepção histórica que mostra o evoluir das investigações neste ramo do saber, de forma objectiva, subjectiva e utilitária. Estes enfoques mostram as percepções teóricas e metodológicas dos caminhos seguidos pelos estudos antropológicos, bem como as orientações, críticas e bases defendidas por diversos precursores da Antropologia com vista a trazer o útil para o desenvolvimento desta ciência ao longo dos tempos que correm.
MELLO (2009:178) admite que os estudos de Antropologia nunca constituíram monopólio de qualquer nação ou povo. Seu desenvolvimento nunca foi regular e ininterrupto.
Portanto, existem várias divisões subjectivas que diferentes autores consideram para alinhavar o percurso histórico da antropologia, importando destacar as de Mercier (Formação, convergência, construção e critica) e Penniman (pré-história, ambições, descobertas e conquistas).
A curiosidade intelectual e o interesse pelo exótico (Pré–história/primórdios da Antropologia)
MATÍNEZ (2009: 93) considera que a Antropologia, como do resto todas as demais ciências não têm data exacta de nascimento. Trata-se de um processo lento, que implica acumulação e reformulação de conhecimentos.
Desta maneira alguns atribuem o surgimento da Antropologia associado ao interesse pelo exótico (conhecer os outros, considerados “estranhos”).
ERIKSEN e NIELSEN (2010:9) mostram que as pessoas sempre tiveram curiosidade sobre seus vizinhos e sobre desconhecidos mais distantes. Eles conjecturaram sobre eles, lutaram contra eles, casaram com eles e contaram histórias sobre eles.
A pré-história da Antropologia começa com a reflexão que o homem faz sobre si dentro do seu grupo social e sobre o universo com enfoque para a sua origem, a realidade e o destino, preocupação presente desde as mais antigas às modernas comunidades.
No séc. a.C. (499-480 a.C.), os trabalhos do historiador, geógrafo e considerado também pai da antropologia Heródoto, mantêm um interesse antropológico muito desenvolvido. Heródoto viajou e visitou outros povos e culturas, interessando-se especialmente pelos costumes do casamento e os modos de subsistência. Descreveu, entre outras, a sociedade egípcia, comparando-a à sociedade grega. Heródoto é considerado também o pai da história. Escreveu sobre os “bárbaros”: considerava-os inferiores aos gregos, chegando a descreve-los como figuras com um só olho e com os pés virados para atrás
Desde o ponto de vista teórico, relacionou zonas climáticas e culturais. Também Platão, Aristóteles (sobre as cidades gregas), Jenofonte (sobre a Índia) e outros se dedicaram à descrição dos costumes doutras culturas.
Entre os romanos podemos também observar uma especulação antropológica. O poeta Lucrécio tentou descobrir as origens da religião, das artes e do discurso. Tácito (56-118d,c,) descreveu as tribos germanas, baseando-se nos relatos dos soldados e viajantes; a sua visão é compreensiva, salientando o vigor dos germanos em contraste com os romanos da sua época.
Santo Agostinho (354-430 d. C), um dos pilares teológicos da nova época, descreveu a Roma e a Grécia clássicas como “pagãs” e moralmente inferiores ás sociedades cristianizadas. A sua obra transparece uma intuição do “tabu do incesto” como norma social que garante a coesão da sociedade. No entanto, procurou, constantemente, explicações sobrenaturais para a vida sociocultural.
Conteúdos
Do projeto colonial à crise da Antropologia
Após o período da idade média, o renascimento marca um preparo para o avanço científico em muitos ramos de saber e para Antropologia, este constitui um período em que a Europa prepara e inicia o conhecimento e exploração de outros povos. São notáveis alguns ensaios da Antropologia criticando primeiro o etnocentrismo e fazendo uma abordagem comparativa das culturas.
As grandes descobertas marítimas entre sec. XV a XVII influenciaram de certa maneira o desenvolvimento da Antropologia cultural com as descrições dos povos conhecidos nestas navegações numa perspectiva comparativa social assim como com a colectânea de diferentes objectos, utensílios, ferramentas e outros elementos que mais tarde mereceram destaque na edificação dos museus e estudos antropológicos. São notáveis alguns nomes que desenvolveram estes marcos antropológicos. Jean Bodin (1530-1596) estudou os costumes dos povos conquistados, para explicar as dificuldades que os franceses tinham para administrar esses povos.
Outro exemplo foi o dos missionários jesuítas na América (ex.: Bartolomé de las Casas e o Padre Acosta) que escreveram as “Relaciones Jesuíticas” e elaboraram a “teoria do bom selvagem”, segundo a qual os índios tinham uma natureza moral pura que devia ser aprendida pelos ocidentais. Esta teoria idealizava, com nostalgia, uma cultura mais próxima do estado “natural”., a qual foi mais tarde bem desenvolvida Rousseau.
A expansão foi justificada por motivações económicas e religiosas, assim o confirma Vasco da Gama na sua primeira viagem à Índia, afirmando aos locais que vinha para arranjar “cristãos e especiarias”. A visão europeia era que estes povos não tinham lei, nem fé, nem senhor (Bestard e Contreras, 1987; Lureiro, 1991).
No século XVI, o viageiro Marco Polo elaborou informações críticas sobre Oriente. Outro pensador social importante foi Gianbattista Vico (1668-1744) que defendeu que os humanos podiam reconhecer a sua própria história porque eram autores da mesma (compreender o passado, recreando-o imaginativamente).
Já no século XIX após uma relativa paragem no século XVIII, são desenvolvidas as diferentes correntes antropológicas em diversas escolas e diversos países que marcaram de certa forma um contributo para o surgimento da Antropologia como Ciência após aplicação axaustiva do método experimental e observação.
GONÇALVES (2002:41) mostra que dos diversos contributos teóricos para a elaboração da Antropologia no séc XX, dois mereceram destaque especial: Franz Boaz (evolucionista) e Bronislaw Malinowski (funcionalista), para além de Morgan que antes já desenvolvia estudos antropológicos.
Pode se destacar os feitos de Boaz para a formação das novas concepções da Antropologia:
Formado na Alemanha, como geógrafo e psicofísico, estudou geografia com Friedrich Ratzel (1844-1904) que afirmava que o meio ambiente era o factor determinante da cultura.
Viajou até ao Árctico e descobriu que diferentes grupos de esquimós controlavam e exploravam meios semelhantes de maneiras diferentes.
Chegou a formar antropólogos como Melville Herskovits, Alfred L. Kroeber (1876-1960), Robert Lowie (1883-1957), Edward Sapir (1884-1931), Margaret Mead (1901-1978), Ruth Benedict (1887-1948) e Clyde Kluckhohn (1905-1960).
Para Boas, a tarefa do antropólogo era investigar as tribos primitivas que careciam de história escrita, descobrir restos pré-históricos, estudar tipos humanos e a linguagem. Cada cultura teria a sua própria história. Para compreender a cultura teríamos que reconstruir a história de cada cultura.
Defendeu que não há culturas superiores nem inferiores (relativismo cultural). Os sistemas de valores devem compreender-se dentro do contexto de cada cultura e não de acordo com os padrões da cultura do antropólogo. • Estudou as teorias da evolução, sobre as quais se mostrou céptico, e defendeu a difusão da cultura.
Impulsionou a ideia de que os antropólogos deviam dominar as línguas dos povos estudados, com o objectivo de conhecer o mapa da organização básica do intelecto humano.
Criticou o evolucionismo e defendeu que os mesmos efeitos poderiam dever-se a diferentes causas. Também defendeu que muitas das semelhanças culturais eram originadas pela difusão, mais que pela invenção independente, e que, em muitos casos, a evolução não avança do simples para o complexo, antes o contrário (ex.: formas de arte, linguagem, etc.).
Esforçou-se por estudar as culturas índias dos EUA, porque estavam em risco de extinção.
Em vez da prática evolucionista de enquadrar dados etnográficos em categorias pré-definidas, Boas salientou a necessidade de um cuidadoso e intensivo estudo em primeira mão, livre de todo prejuízo ou preconceito. As generalizações e as leis surgiriam depois de ter os dados apropriados.
Em contraste com os difusionistas alemães, Boas defendia que a difusão não se processava, apenas, do centro para a periferia, mas em qualquer direcção, entre os diversos grupos humanos.
Desde o século XX até os nossos dias começa o período crítico em que as ideias subjectivas criadas sob bases coloniais são analisadas por diversos autores interessados pelo olhar antropológico. Portanto novas concepções aparecem no ramo da Antropologia. Destacaram-se outros estudos para além dos acima referenciados, tal é o caso de JAMES Frazer, Alfred Brown, Émile Durkheim, Claude Lévi-Strauss e outros trouxeram bases fortes à antropologia com uso de métodos experimentais e outras formas para desenvolver a nova concepção antropológica.
Os 4 pilares da Educação
Saber ser: Nesse pilar, o aluno deverá ser capaz de elaborar pensamentos autónomos, críticos e formular os seus próprios juízos de valor que estarão na base das decisões individuais que tiver de tomar em diversas circunstâncias da sua vida;
Saber Conhecer, nesse pilar o aluno tem que ter habilidades para (repetir conteúdos programático), validando-os por meio de avaliações, isto é, tem de ter conhecimentos científicos sólidos e a aquisição de instrumentos necessários para a compreensão, a interpretação e a avaliação crítica dos fenómenos sociais, económicos, políticos e naturais.
Saber Fazer: nesse, proporciona, um espírito empreendedor no aluno ou formando para que ele se adapte não só ao meio produtivo, mas também às tendências de transformação no mercado, isto é, descrever conhecimento pratico sobre como fazer alguma coisa.
Em fim, ultimo pilar é de saber viver juntos nesse, o aluno deve saber, saber comunicar-se com os outros, respeitar-se a si, à sua família e aos outros homens de diversas culturas, religiões, raças, entre outros.
Tendo esses 4 pilaleres o saber ser, saber conhecer, saber fazer e saber viver com outros, que cada um tem o seu domínio o indivíduo cujo com todos esses domínios consegue sair se bem em todo tipo de actividade, é necessário que todos esses pilares partam de uma comunidade escolar, e que o aluno esteja mesmo preparado em buscar novos conhecimentos ou ser curioso em tentar fazer descobertas científicas, buscados esses conhecimentos terá que aplica-los e pratica-los
As principais alterações do programa da disciplina de português são: a abordagem cíclica dos conteúdos, os indicadores de desempenho, uma proposta de obras literárias a serem lidas na 12ª classe e um glossário. A abordagem cíclica dos conteúdos tem impacto pedagógica, visto que é através dos conteúdos que constitui numa só unidade, em que teoria e pratica se fundem.
Os temas transversais propostos têm uma relação com a unidade, tipologia textual e texto específico, por exemplo no programa da 12ª classe temos como conteúdos textos Normativos, Texto específico: – Lei eleitoral, tema transversal: declaração dos direitos humanos e democracia. Portanto, há uma relação entre conteúdos de a partir da sua macha gráfica à temas transversais pois esses dão suporte para a tipologia textual, assim como para o desenvolvimento da competência linguística e comunicativa.
Vantagens e desvantagens da abordagem cíclica/em espiral dos conteúdos programáticos:
Os ajuda-nos na identificação dos conteúdos nos quais serão abordados através de textos e das actividades de língua realizadas na aula no âmbito do desenvolvimento das habilidades linguísticas;
Desvantagens
Cada unidade não está definida competências básicas que revelam os novos estágios do saber, saber fazer, saber ser e saber estar, que o aluno deve demonstrar como resultado do processo de ensino aprendizagem.
O grau de prescrição do programa de ensino de Língua Portuguesa e seu impacto pedagógico.
Textos Normativos (Lei eleitoral)
Texto Jornalístico (Artigo de opinião, Artigo de fundo/editorial)
Texto Dramático (O teatro contemporâneo em Moçambique).
Texto lírico (Poesia de Agostinho Neto; Poesia de Francisco Tenreiro; Poesia de Corsino Forte; Poesia Moçambicana Pós-independência.
Textos Literários (Caracterização estrutural; caracterização temática; tipo de linguagem).
Textos Multiusos (Texto expositivo – explicativo; Texto expositivo – argumentativo)
Texto de Pesquisa de dados (Ficha de leitura)
Objectivos: Identifica as diferenças lexicais, semânticas e sintácticas entre as variedades moçambicanas e brasileira do português;
Explica as medidas básicas de prevenção de doenças diversas.
No que diz respeito ao impacto pedagógico, o professor organiza tarefas ou projectos que induz os alunos a mobilizar os seus conhecimentos, habilidades e valores para encontrar ou propor alternativas de soluções.
O tempo proposto para unidade temática, na minha opinião não é suficiente, pois numa unidade temática , temos que abordar todos conteúdos que tem que ver com o mesmo. Por exemplo: Unidade temática: IX, Textos expositivo-explicativos. Neste caso, sugeria que estivéssemos uns 3 dias a tratar a debruçar sobre conteúdo em causa. Em fim unidade temática é pertinente visto que, ajuda-nos identificar com que tema está em foque.